13.5.09

A Placa Do Meio Do Caminho

Quando os ares mudam
e a rotina não está mais presente,
até o vento tem um gosto aventureiro.
E quando os pés tocam chãos desconhecidos,
o olhar percorre tudo,
e rapidamente molda um novo olhar.

Quisera eu ter controle sobre isso,
quisera eu ter controle sobre qualquer coisa.
As linhas entram e saem das mãos,
mas nenhuma delas consigo segurar.
Pois o vento sopra, e muito,
e atrapalha o cabelo sobre o rosto,
ergue a poeira e te faz lacrimejar.

Quanto mais se anda,
mais se acha lugares pra se andar.
Em diferentes caminhos,
encontram-se diferentes rostos,
conhece-se diferentes pessoas,
mas as mesmas idéias,
e as mesmas tolas opiniões.

A vontade de andar sozinho,
a noite à cair, o vento a te animar,
apenas sua sombra a te irritar,
e nada.
Nada além do caminho à frente e atrás,
somente o desconhecido além da vista.

O horizonte cai e o luar se ergue,
o caminho se divide numa bifurcação.
Encontrei a placa do meio do caminho.
E isso é bom e ruim.

3 comentários:

Amanda disse...

Quisera eu ter controle sobre isso,
quisera eu ter controle sobre qualquer coisa.

eh coisa de momento, de destino, do acaso....sei lá....só sei que tem hrs ou todas as horas sinto que nao tenho o controle nem dos meus movimentos voluntários.....imagina de alguma coisa concreta....tamu td perdido nesse mundão onde tudo parece tão facil....mais eh tão dificil....tudo eh tão simples quando eh com o outro que acontece....os obstaculos estao cada vez mais intranspassaveis(nem sei se isso existe)....mais se eles existem sao para serem vencidos....o cansaço eh o pior dos meus inimigos....só ra te lembra mais uma vez ivanzito....precisamos de ferias intermitentes.....esse negocio de facul eh muito complicado pra mim....queria ter nascido sabendo tudo, rica e feliz....assim meus problemas estariam resolvidos....hahha....quem nao queria nao eh.....afinal nao temos o controle de tudo....

bjus ivanzito

Marcola disse...

esse post resume muito do que tá acontecendo hj. Sei lá, faculdade, festas, viagens.

abraçoo Ibáánn

Anônimo disse...

Putz. Muito bom. Sublimemente geográfico e intensamente humano.
=)

Apesar de adorar campos e viagens de um modo genérico, não houve uma vez em que deixei meu casulo existencial e topei com o desconhecido a me questionar: por que estou aqui? Para onde estou indo?

Escolher uma rota da bifurcação é sacrificar o caminho oposto. Por mais que o truque mental lhe diga que poderá voltar e desbravar o caminho inexplorado noutro momento, a maior das leis não permitirá que o façamos sem ônus: o tempo.

Acho que é isso que o vento sussurra insistentemente: Se parar seu caminhar e temer conhecer o espaço pelo qual ainda não andou, o fim é o destino de qualquer caminho e virá até você, mesmo que resolva parar em qualquer ponto.

Enquanto o chão está parado sob seus pés, o vento passa por sua face e lembra que cada partícula que te toca é uma nova e diferente parte desse mundo que te move rumo ao fim.

Cabe a cada um de nós decidir conhecer o máximo possível antes que ele chegue. O que nos faz questionar ainda mais se nossos meios cotidianamente vazios justificam as finalidades de uma vida, da nossa vida pessoal e intransferível.

Confabulei demais...

Abração, Ivs.

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