E assim 2010 acaba.
Assim, do nada, como se os doze longos meses passasem e nem notássemos o quão ocupados e bitolados nos encontramos.
E assim foi. Um ano par que soou como ano ímpar em boa parte deste.
Sim, sou bastante supersticioso, até demais, e em reminiscências passadas lembro-me de sempre odiar anos pares e ter ótimos anos ímpares.
Por isso repito: apesar de ser um ano par, tive bons momentos típicos de um ano ímpar. :P
2010 foi marcado por uns "rolês muito errados" e uns encontros muito nada a ver mas, entre desmaiados e feridos, sobrevivemos todos.
Ou melhor, crescemos.
Foi um ano de aparar pontas soltas. Designorar o que devia ser percebido, retomar as coisas boas que tinham sido interrompidas, esquecer o que não era necessário lembrar, e vice-versa.
Sem falar que foi um ano para se tentar mais, esmurrar os punhos na parede pra confirmar se sangrávamos, bater na cabeça dos coleguinhas pra fazê-los pensar direito, esperar ganhar gratificações que nunca vieram, receber coisas absurdamente inesperadas, suprimir algumas porções de ódio por pessoas "inocentes" e, sem dúvidas, contar muito com a sorte.
Essa companheira que nunca me visitou muito e nesse ano me acompanhou diversas vezes, e pela qual estou muito agradecido.
Muito não aconteceria sem seu desígnio divino. Thanks!
É, além de tudo, é preciso falar das companhias desse ano... Bom lembrar das boas companhias que parecem nos dar um norte e fazer bem, e às más companhias que me lembram como posso ser meu próprio melhor amigo sempre.
Nada como conhecer novas pessoas e novas perspectivas e opiniões que às vezes te fazem surtar ao mesmo tempo em que te fazem imaginar uma vida que nem existe, mas que poderia (ou não) vir a existir.
Definitivamente, foi um ano pra se conhecer pessoas e lugares... e a questão é saber quanto disso tudo vai se manter daqui pra frente.
2010 acabou e postei bem menos do que deveria por aqui e não tenho a mínima idéia de como será em 2011.
Mas nem me preocupo, esse meu espaço ninguém pode me tirar não... ( :
14.12.10
5.12.10
Authenticum Sensum
Chuva, frustrações, pensamentos fora de controle e mais chuva.
Não me diz pra não ser assim, porque eu não consigo.
Nem é porque eu não quero, ou porque não quero te obedecer.
É porque não consigo mesmo.
Desisto. Ser autêntico, às vezes, só dá errado.
Ou melhor, sempre dá errado.
Autenticidade não é ser legal, ser cool, ter bons amigos e contatos.
Autenticidade é lidar com sinceridade com o que se faz e sente. Compromisso com o que acontece dentro de sua própria cabeça e coração.
E isso assusta.
E esse é exatamente meu problema.
Chove, chove e chove.
E por mais que eu adore ficar sob a chuva, sentir minha camiseta encharcar-se, meus jeans pesarem com a água, nada disso faz sentido pra alguém que não seja eu.
Ou alguém que tenha alguma autenticidade de admitir isso, sinceramente, para mim, olhando no fundo de meus olhos.
Alguém autêntico não é facilmente percebível ao primeiro olhar, nem ao segundo, eu diria. Tenho minhas dúvidas se realmente já achei alguém assim, mas não vou desistir.
Por ora, levantarei minha balaclava, máscara ou capuz e esconderei tal autenticidade que assusta.
E, num futuro, talvez depois de chuvas, chuvas e mais chuvas talvez seja seguro deixar-se ser autêntico sob o sol de um dia qualquer...
Authenticum Sensum = Autêntico Sentimento
Não me diz pra não ser assim, porque eu não consigo.
Nem é porque eu não quero, ou porque não quero te obedecer.
É porque não consigo mesmo.
Desisto. Ser autêntico, às vezes, só dá errado.
Ou melhor, sempre dá errado.
Autenticidade não é ser legal, ser cool, ter bons amigos e contatos.
Autenticidade é lidar com sinceridade com o que se faz e sente. Compromisso com o que acontece dentro de sua própria cabeça e coração.
E isso assusta.
E esse é exatamente meu problema.
Chove, chove e chove.
E por mais que eu adore ficar sob a chuva, sentir minha camiseta encharcar-se, meus jeans pesarem com a água, nada disso faz sentido pra alguém que não seja eu.
Ou alguém que tenha alguma autenticidade de admitir isso, sinceramente, para mim, olhando no fundo de meus olhos.
Alguém autêntico não é facilmente percebível ao primeiro olhar, nem ao segundo, eu diria. Tenho minhas dúvidas se realmente já achei alguém assim, mas não vou desistir.
Por ora, levantarei minha balaclava, máscara ou capuz e esconderei tal autenticidade que assusta.
E, num futuro, talvez depois de chuvas, chuvas e mais chuvas talvez seja seguro deixar-se ser autêntico sob o sol de um dia qualquer...
Authenticum Sensum = Autêntico Sentimento
12.11.10
Sorte e Azar
Sorte é algo estranho.
Como um cachorro de rua que você afasta com raiva e quando menos espera ele aparece te seguindo de novo.
Ok, foi uma comparação péssima, mas acho que deu pra entender.
Azar é algo mais fácil de compreender.
Justamente quando você está morrendo de fome e demorou um bom tempo pra entrar no bandex, você percebe que seu cartão está sem crédito e tem que sair e carregar e sóóó depois de enfrentar toda a fila de novo, você poderá matar a fome. Isso se não matar alguém no caminho antes.
Sempre tive uma sina meio azarante de ser.
Não me recordo de eventos de sorte explodindo em minha vida, mas dos momentos de azar, ah, eu lembro. Mas nem quero esquecer, pois, por outro ângulo soam como cenas muito engraçadas depois de um tempo. ( :
Azar e sorte, de certo modo, são a mesma coisa. Seu azar é minha sorte, e vice-versa. E assim, o tempo vai e volta, ferrando a vida de uns enquanto congratula outros.
No fim das contas, a mesma moeda do "sorte e azar" nos é jogada todo dia. E é algo totalmente aleatório e imprevisível do qual só nos resta esperar e acatar "qual é a boa do dia".
Sem trocadilhos.
Como um cachorro de rua que você afasta com raiva e quando menos espera ele aparece te seguindo de novo.
Ok, foi uma comparação péssima, mas acho que deu pra entender.
Azar é algo mais fácil de compreender.
Justamente quando você está morrendo de fome e demorou um bom tempo pra entrar no bandex, você percebe que seu cartão está sem crédito e tem que sair e carregar e sóóó depois de enfrentar toda a fila de novo, você poderá matar a fome. Isso se não matar alguém no caminho antes.
Sempre tive uma sina meio azarante de ser.
Não me recordo de eventos de sorte explodindo em minha vida, mas dos momentos de azar, ah, eu lembro. Mas nem quero esquecer, pois, por outro ângulo soam como cenas muito engraçadas depois de um tempo. ( :
Azar e sorte, de certo modo, são a mesma coisa. Seu azar é minha sorte, e vice-versa. E assim, o tempo vai e volta, ferrando a vida de uns enquanto congratula outros.
No fim das contas, a mesma moeda do "sorte e azar" nos é jogada todo dia. E é algo totalmente aleatório e imprevisível do qual só nos resta esperar e acatar "qual é a boa do dia".
Sem trocadilhos.
24.10.10
Fogo
Tenho certeza que o sol brilha pra todos, mas eu sou um dos que insiste em nunca tirar os óculos escuros.
Como a chama da Fênix, o sol brilha sobre as mentiras e idiossincrasias desprezíveis que me fazem ser o que sou. Um brilho sobre a solidão que a deixa em sombras.
A solidão é algo construído por partes.
Como se cada péssima ação que se cometesse te deixasse um passo mais próximo de estar só com você mesmo. Solidão, esquecimento, isolamento.
É algo estranho, como ser esquecido por amigos e inimigos. Com uma perversa lógica da parte de cada um.
Dos inimigos, é sempre mais simples. Porque eu mato meus inimigos. Sempre.
Não literalmente, claro, mas no subconsciente.
Busco sempre agir de acordo comigo mesmo, sem pensar nas ações de adversários, como se eu fosse mais responsável por mim mesmo do que eles. O que não deixa de ser verdade.
Aos amigos, porém, sobra a pior das partes.
Não sei como suportam-me com esse modo de ser. E como insisto meu modo de ser, nem percebo quando tudo vai pros ares.
E logo não há mais nenhum destes por perto.
Estranho como o tempo passa e é chegada uma hora de se retirar as lentes escuras, em pleno meio-dia, fazendo os olhos se umedecerem. O brilho dói e irrita, mas é algo a ser feito.
Assim como espadas forjadas de ferro em brasas, há de se sair do fogo.
Das chamas tornar-se renovado, tornar-se renascido.
Como a chama da Fênix, o sol brilha sobre as mentiras e idiossincrasias desprezíveis que me fazem ser o que sou. Um brilho sobre a solidão que a deixa em sombras.
A solidão é algo construído por partes.
Como se cada péssima ação que se cometesse te deixasse um passo mais próximo de estar só com você mesmo. Solidão, esquecimento, isolamento.
É algo estranho, como ser esquecido por amigos e inimigos. Com uma perversa lógica da parte de cada um.
Dos inimigos, é sempre mais simples. Porque eu mato meus inimigos. Sempre.
Não literalmente, claro, mas no subconsciente.
Busco sempre agir de acordo comigo mesmo, sem pensar nas ações de adversários, como se eu fosse mais responsável por mim mesmo do que eles. O que não deixa de ser verdade.
Aos amigos, porém, sobra a pior das partes.
Não sei como suportam-me com esse modo de ser. E como insisto meu modo de ser, nem percebo quando tudo vai pros ares.
E logo não há mais nenhum destes por perto.
Estranho como o tempo passa e é chegada uma hora de se retirar as lentes escuras, em pleno meio-dia, fazendo os olhos se umedecerem. O brilho dói e irrita, mas é algo a ser feito.
Assim como espadas forjadas de ferro em brasas, há de se sair do fogo.
Das chamas tornar-se renovado, tornar-se renascido.
8.10.10
Twitter Está Matando Meu Blog
Odeio cair no senso comum, mas preciso dizer [repetir] uma das coisas mais ditas e mais escutadas que existe: "O tempo está muito curto!"
Acho desnecessário dissertar sobre isso.
Todos devem entender do que estou falando.
Todos os afazeres e obrigações diárias nos atormentam e ocupam todo nosso tempo e, no fim, buscamos algumas poucas horas pra "relaxar" ou "curtir" que acabam se rareando aos ínfimos dois dias de cada fim de semana.
Sei lá, não ter tempo pra parar, respirar e pensar é algo que eu abomino.
Muito mesmo.
É imprescindível ter aquele tempo pra ouvir aquela voz que só fala na nossa cabeça e quando nada mais está atrapalhando.
Aquela voz que, na real, é nossa própria voz, mas eu gosto de pensar que parece outra pessoa me dando um "norte" de vez em quando...
No meu caso, vejo essa aceleração do contínuo espaço-tempo no quanto as coisas que me são caras estão cada vez mais com um tempo menor na rotina infernal que se instala.
Minhas postagens do blog se tornam cada vez mais raras e se espremem por entre tweets ao longo do dia.
No fim das contas, romantico-dramaticamente posso dizer que: "Meu twitter está matando meu blog".
E não sei se concordo com isso. [se concordo com a ação, fato está acontecendo mesmo...]
Na parte positiva dos últimos tempos, só deixo uma frase, de uma música da banda Suéteres [que meio que me tornei fã nesses últimos meses...]:
"Dó de quem troca um hoje por dois amanhãs,
perde quem troca um hoje por dois amanhãs..."
Uma releitura de toda a rotina frenética e umas reclamações apressadas pra não perder o costume. E nem abandonar o filho querido que é o blog.
Enfim, pararei de reclamar e tentarei viver o meu tempo aqui.
Acho desnecessário dissertar sobre isso.
Todos devem entender do que estou falando.
Todos os afazeres e obrigações diárias nos atormentam e ocupam todo nosso tempo e, no fim, buscamos algumas poucas horas pra "relaxar" ou "curtir" que acabam se rareando aos ínfimos dois dias de cada fim de semana.
Sei lá, não ter tempo pra parar, respirar e pensar é algo que eu abomino.
Muito mesmo.
É imprescindível ter aquele tempo pra ouvir aquela voz que só fala na nossa cabeça e quando nada mais está atrapalhando.
Aquela voz que, na real, é nossa própria voz, mas eu gosto de pensar que parece outra pessoa me dando um "norte" de vez em quando...
No meu caso, vejo essa aceleração do contínuo espaço-tempo no quanto as coisas que me são caras estão cada vez mais com um tempo menor na rotina infernal que se instala.
Minhas postagens do blog se tornam cada vez mais raras e se espremem por entre tweets ao longo do dia.
No fim das contas, romantico-dramaticamente posso dizer que: "Meu twitter está matando meu blog".
E não sei se concordo com isso. [se concordo com a ação, fato está acontecendo mesmo...]
Na parte positiva dos últimos tempos, só deixo uma frase, de uma música da banda Suéteres [que meio que me tornei fã nesses últimos meses...]:
"Dó de quem troca um hoje por dois amanhãs,
perde quem troca um hoje por dois amanhãs..."
Uma releitura de toda a rotina frenética e umas reclamações apressadas pra não perder o costume. E nem abandonar o filho querido que é o blog.
Enfim, pararei de reclamar e tentarei viver o meu tempo aqui.
10.9.10
"Siberian Breaks"
Faz um bom tempo que não marco presença aqui.
Um lapso, uma longa parada, um "break".
Poderia dizer que é por falta de tempo ou por falta de idéias ou por falta de inúmeras outras coisas, mas a verdade é que a única coisa que têm me faltado ultimamente é ânimo.
E digo: ânimo no sentido geral da coisa.
Uma ausência daquele algo que te faz avançar, seguir em frente em direção à alguma coisa focada ou mesmo desconhecida.
Parece que a vida dá uma quebrada, se é que me entendem... [outro "break"]
Na falta de um 'feeling' mais encorajador, sigo vivendo a rotina do melhor modo que me parece, fazendo o pouco que acho certo no muito que aparece no dia-a-dia.
No cansaço da monotonia desses dias, a desimportância reina e a coisa mais esperada do dia é a chegada em casa.
E a coisa mais esperada da semana é o fim de semana.
E a coisa mais esperada do ano inteiro é a chegada das férias.
Parece que quanto menos tempo você gasta com as coisas e pessoas ao redor, menos estes vão se tornando importantes. E vice-versa, claro.
No fim, não vai sobrar muita coisa mesmo. Sobra sempre viver o dia. O presente.
Porque depois tudo se converge para um imenso vazio. Como uma extensa planície siberiana, vazia e gelada.
" The empty sky surrounds me but I can't see at all
Wide open arms can feel so cold
And you can sit beside me
And tell me what it's worth
But I hope I die before I get sold
I hope I die before I get sold
I'd rather die before I get sold "
[Bom, acho que deu pra entender o sentido que quis dar pra "Siberian Breaks". Tá, só citei porque estava ouvindo Siberian Breaks do MGMT... mas faz sentido! Só pensar que faz! xD]
Um lapso, uma longa parada, um "break".
Poderia dizer que é por falta de tempo ou por falta de idéias ou por falta de inúmeras outras coisas, mas a verdade é que a única coisa que têm me faltado ultimamente é ânimo.
E digo: ânimo no sentido geral da coisa.
Uma ausência daquele algo que te faz avançar, seguir em frente em direção à alguma coisa focada ou mesmo desconhecida.
Parece que a vida dá uma quebrada, se é que me entendem... [outro "break"]
Na falta de um 'feeling' mais encorajador, sigo vivendo a rotina do melhor modo que me parece, fazendo o pouco que acho certo no muito que aparece no dia-a-dia.
No cansaço da monotonia desses dias, a desimportância reina e a coisa mais esperada do dia é a chegada em casa.
E a coisa mais esperada da semana é o fim de semana.
E a coisa mais esperada do ano inteiro é a chegada das férias.
Parece que quanto menos tempo você gasta com as coisas e pessoas ao redor, menos estes vão se tornando importantes. E vice-versa, claro.
No fim, não vai sobrar muita coisa mesmo. Sobra sempre viver o dia. O presente.
Porque depois tudo se converge para um imenso vazio. Como uma extensa planície siberiana, vazia e gelada.
" The empty sky surrounds me but I can't see at all
Wide open arms can feel so cold
And you can sit beside me
And tell me what it's worth
But I hope I die before I get sold
I hope I die before I get sold
I'd rather die before I get sold "
[Bom, acho que deu pra entender o sentido que quis dar pra "Siberian Breaks". Tá, só citei porque estava ouvindo Siberian Breaks do MGMT... mas faz sentido! Só pensar que faz! xD]
25.8.10
Sobre Lapsos do Espaço-Tempo
Parece que o espaço-tempo para, ou se acelera, impedindo que o presente fique claro e nítido o suficiente. Porque ao visualizar o futuro, totalmente nublado, percebe-se a falta de algo que o conecte ao presente que se constrói no aqui e no agora.
Os caminhos que percorremos agora nos levam à realidade de algo que desconhecemos mas que, um dia, se tornará o presente.
De tempos em tempos, a vida parece parar e as coisas todas que te aconteceram, listam-se à sua frente.
As coisas boas e ruins.
Pra se saber o que é bom repetir no futuro, e o que é melhor deletar e nunca mais tentar.
Como aqueles fins de temporada de seriados.
Momentos decisivos de alguns personagens que amamos, odiamos e conhecemos a vida de trás pra frente e sempre nos surpreendem.
Fins de temporada vêm e vão com uma certeza de que haverá uma próxima temporada a se esperar, porém, afinal, sempre existe um novo começo.
Sempre existe uma nova temporada.
Os cenários e personagens quase sempre mudam, mas a história em si mantém-se na direção de um próximo amanhecer. Às vezes, parece que vejo a mim mesmo como se há quatro, cinco temporadas fosse uma outra pessoa, com conceitos e ideais deturpados e totalmente diferentes do que existe hoje.
Isso me assusta.
O quanto sou diferente do que fui e o quanto mudarei daqui a alguns períodos adiante?
Enquanto tantas pessoas exaltam sua essência, seu caráter, me perco em características mutáveis que me impedem de definir o que se mantém em mim, tempo após tempo.
Tempo este que se esvai, vai e volta, nesses lapsos de pensamento em que tudo isso parece entrar de uma vez só dentro da cabeça.
Tensos lapsos do espaço-tempo.
Os caminhos que percorremos agora nos levam à realidade de algo que desconhecemos mas que, um dia, se tornará o presente.
De tempos em tempos, a vida parece parar e as coisas todas que te aconteceram, listam-se à sua frente.
As coisas boas e ruins.
Pra se saber o que é bom repetir no futuro, e o que é melhor deletar e nunca mais tentar.
Como aqueles fins de temporada de seriados.
Momentos decisivos de alguns personagens que amamos, odiamos e conhecemos a vida de trás pra frente e sempre nos surpreendem.
Fins de temporada vêm e vão com uma certeza de que haverá uma próxima temporada a se esperar, porém, afinal, sempre existe um novo começo.
Sempre existe uma nova temporada.
Os cenários e personagens quase sempre mudam, mas a história em si mantém-se na direção de um próximo amanhecer. Às vezes, parece que vejo a mim mesmo como se há quatro, cinco temporadas fosse uma outra pessoa, com conceitos e ideais deturpados e totalmente diferentes do que existe hoje.
Isso me assusta.
O quanto sou diferente do que fui e o quanto mudarei daqui a alguns períodos adiante?
Enquanto tantas pessoas exaltam sua essência, seu caráter, me perco em características mutáveis que me impedem de definir o que se mantém em mim, tempo após tempo.
Tempo este que se esvai, vai e volta, nesses lapsos de pensamento em que tudo isso parece entrar de uma vez só dentro da cabeça.
Tensos lapsos do espaço-tempo.
15.8.10
Distração
Acho que desenvolvi um certo problema de atenção.
Tipo aquelas criancinhas com DDA [distúrbio déficit de atenção] que ficam alheias ao mundo [diga-se aulas] acontecendo ao redor.
Se bem que, não duvido que seja apenas um método [simples e cruel] que minha mente desenvolveu para evitar que eu continue fazendo 587668 coisas ao mesmo tempo, como eu me acostumei tanto a fazer. Já não foram poucas vezes que me surpreendi sem conseguir digitar e falar ao mesmo tempo, e isso me preocupa.
Se bem que é importante frisar que sempre fui do tipo "distraído", mas acho que evolui para um nível acima e, bom, difícil dizer...
Enquanto o semestre, ainda no começo, vai acelerando em direção à um número recorde de aulas, parece que a tendência das coisas é ficar cada vez mais complicadas e o tempo escasso fica fugindo das coisas que temos prazer em perder tempo.
Ou ganhar tempo, o que seria mais certo de dizer...
Vamos ver o que será da minha distração quando as coisas apertarem e será mais do que necessário fazer trocentas coisas ao mesmo tempo...
Quem sabe são os altos índices de stress, né? =P
Tipo aquelas criancinhas com DDA [distúrbio déficit de atenção] que ficam alheias ao mundo [diga-se aulas] acontecendo ao redor.
Se bem que, não duvido que seja apenas um método [simples e cruel] que minha mente desenvolveu para evitar que eu continue fazendo 587668 coisas ao mesmo tempo, como eu me acostumei tanto a fazer. Já não foram poucas vezes que me surpreendi sem conseguir digitar e falar ao mesmo tempo, e isso me preocupa.
Se bem que é importante frisar que sempre fui do tipo "distraído", mas acho que evolui para um nível acima e, bom, difícil dizer...
Enquanto o semestre, ainda no começo, vai acelerando em direção à um número recorde de aulas, parece que a tendência das coisas é ficar cada vez mais complicadas e o tempo escasso fica fugindo das coisas que temos prazer em perder tempo.
Ou ganhar tempo, o que seria mais certo de dizer...
Vamos ver o que será da minha distração quando as coisas apertarem e será mais do que necessário fazer trocentas coisas ao mesmo tempo...
Quem sabe são os altos índices de stress, né? =P
2.8.10
Ventos Sob a Mente
Ventos de 200km/h zumbem dentro da minha cabeça misturando as "coisas-fora-do-lugar" com as "coisas-sem-lugar-definido" na confusão da minha mente. Quando o que preciso é de uma certa calmaria, dá pra sentir tudo se debatendo, buscando um turbilhão incontrolável e independente da minha vontade.
A consciência de que você tem certeza que não feriu ninguém e ninguém mais te feriu deveria ser algo reconfortante, mas não é. Algo que havia buscado à tantos custos e que no fim parece ser inútil. Seu coração e sua mente podem estar "bem", podem estar funcionando nos parâmetros básicos, podem estar dentro dos eixos, mas algo simplesmente está fora do lugar.
O lado bom de se sentir tão desligado de tudo e todos é que sua mente age como se fosse totalmente livre. Os pensamentos desprendem-se de conceitos determinados e você simplesmente existe, dentro e fora de sua mente, do modo que melhor desejar.
Tais ventos deslocam-se, de um lado para outro, fazendo os pensamentos flutuarem a esmo, em ondas desconhecidas mas libertas.
Ah, às vezes âncoras são mais do que necessárias...
A consciência de que você tem certeza que não feriu ninguém e ninguém mais te feriu deveria ser algo reconfortante, mas não é. Algo que havia buscado à tantos custos e que no fim parece ser inútil. Seu coração e sua mente podem estar "bem", podem estar funcionando nos parâmetros básicos, podem estar dentro dos eixos, mas algo simplesmente está fora do lugar.
O lado bom de se sentir tão desligado de tudo e todos é que sua mente age como se fosse totalmente livre. Os pensamentos desprendem-se de conceitos determinados e você simplesmente existe, dentro e fora de sua mente, do modo que melhor desejar.
Tais ventos deslocam-se, de um lado para outro, fazendo os pensamentos flutuarem a esmo, em ondas desconhecidas mas libertas.
Ah, às vezes âncoras são mais do que necessárias...
6.7.10
Oficina do Diabo
Queria poder vir aqui e dizer algumas coisas interessantes.
Exaltar o fim do semestre e o começo do último ano.
Bendizer o ócio maldito que têm se iniciado.
Ou mesmo vir reclamar mais um pouco dos excessivos deveres e obstáculos desse período que passou. Mas não.
Não tenho vontade ou ânimo ou razões pra fazer quaisquer das ações citadas acima.
Parece que quando não sobra mais nada capaz de te fazer ir pra frente mais alguns passos ou erguer-se contra o sol em uma nova manhã, as coisas perdem um pouco de sua cor habitual.
Estranho como todo santo dia insiste em parecer e se tornar igual e todas as simples coisas se repetem num ciclo vicioso odiável.
"Odiável" talvez seja a palavra mais recorrente nesses pensamentos diabólicos que persistem mas, claro, sempre com um sorriso bobo no rosto.
Numa solidão inquietante, parece que tudo anda bem mais devagar e bem mais rápido do que o normal. Aquelas tais forças que habitualmente me faziam insistir em correr atrás de algo bom já se esgotaram e tenho minhas dúvidas se se reerguerão tão cedo.
Enfim, às vezes parece que o ócio realmente é a Oficina do Diabo.
Exaltar o fim do semestre e o começo do último ano.
Bendizer o ócio maldito que têm se iniciado.
Ou mesmo vir reclamar mais um pouco dos excessivos deveres e obstáculos desse período que passou. Mas não.
Não tenho vontade ou ânimo ou razões pra fazer quaisquer das ações citadas acima.
Parece que quando não sobra mais nada capaz de te fazer ir pra frente mais alguns passos ou erguer-se contra o sol em uma nova manhã, as coisas perdem um pouco de sua cor habitual.
Estranho como todo santo dia insiste em parecer e se tornar igual e todas as simples coisas se repetem num ciclo vicioso odiável.
"Odiável" talvez seja a palavra mais recorrente nesses pensamentos diabólicos que persistem mas, claro, sempre com um sorriso bobo no rosto.
Numa solidão inquietante, parece que tudo anda bem mais devagar e bem mais rápido do que o normal. Aquelas tais forças que habitualmente me faziam insistir em correr atrás de algo bom já se esgotaram e tenho minhas dúvidas se se reerguerão tão cedo.
Enfim, às vezes parece que o ócio realmente é a Oficina do Diabo.
21.6.10
O Carvalho & O Capim
Há umas postagens atrás, falei de meu carrossel desgovernado.
Bem, não quero de jeito nenhum dizer que não gosto da agitação, do stress, da movimentação.
Por um lado, odeio muito o marasmo, o tédio. Aliás, tédio é algo que não conheço. Sempre, sempre mesmo, acho algo pra fazer.
Engraçado isso.
Acho que o problema do tal carrossel nem seja a velocidade com que ele têm girado, e sim a quantidade de coisas e pessoas que se acumulam dentro dele. Sei lá.
"Tudo tem limite", como dizem.
Sou daqueles que não consegue se desligar, então, até certo ponto, gosto muito da agitação infernal do fim do semestre. Porém, enquanto os demais sempre se arrastam durante todo o fim do semestre, eu sigo forte até determinado ponto, porque depois desse determinado ponto, eu acabo.
Capoto. Desligo. Acaba a força geral. E não religo, impossível.
Sempre que penso nisso, lembro de dois conceitos muito interessantes que aprendi há algum tempo: Resistência e Resiliência. E como exemplo [clássico, por assim dizer] teríamos o Carvalho e o Capim. Agora imaginem.
O Carvalho é forte, bem preso ao chão por robustas raízes, alto, imponente, etc e tal, enquanto o Capim é pequeno, com raízes curtas, mole, flexível, minúsculo, etc e tal.
Qualquer vento balança o Capim, de um lado para outro, o tempo todo, porém, resiliente, ele sempre volta à posição inicial. Enquanto o vento não faz o menor efeito sobre o Carvalho, que permanece de pé, resistente. Todo mundo já deve ter visto isso.
Agora, quando um temporal se aproxima, os ventos aumentam de intensidade, a chuva precipita impetuosamente e raios, invariavelmente, caem.
Qual deles sobrevive então? O Capim, claro. Resiliente.
Tempestades e grandes provações sempre derrubam os carvalhos, causando grandes prejuízos, enquanto o capim sempre permanece ali. Uma hora ou outra, com a devida força, os resistentes [carvalhos] sempre caem.
A lição disso tudo?
É, eu sou o Resistente. ["E você?" eu diria.. HAHA]
Resisto sempre com todas as forças aos obstáculos e tudo mais, às vezes por longos períodos, mas quando caio. Caio, de vez.
Enfim, já foi muito desse post. Conclusões nubladas e tempestuosas... HAHA
E você, resiliente ou resistente? =P
Bem, não quero de jeito nenhum dizer que não gosto da agitação, do stress, da movimentação.
Por um lado, odeio muito o marasmo, o tédio. Aliás, tédio é algo que não conheço. Sempre, sempre mesmo, acho algo pra fazer.
Engraçado isso.
Acho que o problema do tal carrossel nem seja a velocidade com que ele têm girado, e sim a quantidade de coisas e pessoas que se acumulam dentro dele. Sei lá.
"Tudo tem limite", como dizem.
Sou daqueles que não consegue se desligar, então, até certo ponto, gosto muito da agitação infernal do fim do semestre. Porém, enquanto os demais sempre se arrastam durante todo o fim do semestre, eu sigo forte até determinado ponto, porque depois desse determinado ponto, eu acabo.
Capoto. Desligo. Acaba a força geral. E não religo, impossível.
Sempre que penso nisso, lembro de dois conceitos muito interessantes que aprendi há algum tempo: Resistência e Resiliência. E como exemplo [clássico, por assim dizer] teríamos o Carvalho e o Capim. Agora imaginem.
O Carvalho é forte, bem preso ao chão por robustas raízes, alto, imponente, etc e tal, enquanto o Capim é pequeno, com raízes curtas, mole, flexível, minúsculo, etc e tal.
Qualquer vento balança o Capim, de um lado para outro, o tempo todo, porém, resiliente, ele sempre volta à posição inicial. Enquanto o vento não faz o menor efeito sobre o Carvalho, que permanece de pé, resistente. Todo mundo já deve ter visto isso.
Agora, quando um temporal se aproxima, os ventos aumentam de intensidade, a chuva precipita impetuosamente e raios, invariavelmente, caem.
Qual deles sobrevive então? O Capim, claro. Resiliente.
Tempestades e grandes provações sempre derrubam os carvalhos, causando grandes prejuízos, enquanto o capim sempre permanece ali. Uma hora ou outra, com a devida força, os resistentes [carvalhos] sempre caem.
A lição disso tudo?
É, eu sou o Resistente. ["E você?" eu diria.. HAHA]
Resisto sempre com todas as forças aos obstáculos e tudo mais, às vezes por longos períodos, mas quando caio. Caio, de vez.
Enfim, já foi muito desse post. Conclusões nubladas e tempestuosas... HAHA
E você, resiliente ou resistente? =P
13.6.10
Fim de LOST :/
O fim veio e se foi e eu demorei a escrever algo sobre.
Fim de LOST, quero dizer... ^^/
Não quero de modo algum espalhar spoilers [quem me conhece sabe que odeio isso!] mas sentia, sabia, pressentia que eu devia escrever algo aqui no blog.
Tenho certeza que sou uma das poucas pessoas que conheço que curtiu tanto esse seriado.
E uma das mais poucas ainda que gostou do modo como tudo acabou.
No fundo, acho que eu já tinha uma certa convicção de que algo parecido ocorreria, nas temporadas anteriores cheguei a "prever" algumas coisas que aconteceram posteriormente e, por essa razão, o fim me chateava tanto.
Com o que iria gastar meu tempo de teorias e conspirações absurdas?!
Enfim, só queria deixar expresso em algum lugar além das minhas memórias o quanto Lost vai [e já está a] me fazer falta... =P
Fim de LOST, quero dizer... ^^/
Não quero de modo algum espalhar spoilers [quem me conhece sabe que odeio isso!] mas sentia, sabia, pressentia que eu devia escrever algo aqui no blog.
Tenho certeza que sou uma das poucas pessoas que conheço que curtiu tanto esse seriado.
E uma das mais poucas ainda que gostou do modo como tudo acabou.
No fundo, acho que eu já tinha uma certa convicção de que algo parecido ocorreria, nas temporadas anteriores cheguei a "prever" algumas coisas que aconteceram posteriormente e, por essa razão, o fim me chateava tanto.
Com o que iria gastar meu tempo de teorias e conspirações absurdas?!
Enfim, só queria deixar expresso em algum lugar além das minhas memórias o quanto Lost vai [e já está a] me fazer falta... =P
See you in another life, brotha!
4.6.10
Mais Um Ano
Por mais estranho que me possa parecer, chegar aos vinte-um não é tão diferente do que ter os vinte.
Sei lá, acho que já cheguei naquele ponto em que mal consigo separar como foi minha vida antes ou depois de tal idade...
O fato é que sentir os vinte-um me parece ser equivalente ao que venho sentindo normalmente. Nada anormal.
Como eu queria ter meus vinte-um anos desgarrados, perdido entre ruas de nomes desconhecidos e rostos não convidativos, mas sinceros.
Porque eu sempre busquei, depois dessas mais de duas décadas de vida, as coisas que, no fundo, eu já devia saber que não poderia ou conseguiria ter.
Parece ter sido mesmo apenas o sofrimento por si só.
E pronto.
Às vistas ao redor busco algo mais. Mas nem mesmo me encontro na maior parte das vezes.
Tento guiar-me dentro da escuridão enquanto a luz continua a cegar lá fora.
Recolher-me aqui dentro deve ser a melhor opção, pelo menos por ora.
Já foram mais de duas décadas caçando algo que eu já devia saber, no fundo, que seria muito difícil, quase impossível de encontrar.
Por vezes, pensei ter encontrado, mas era tolice. Doce ilusão que só me empurrou mais fundo e adiante nessa busca insensata por algo desconhecido.
Garanto a mim mesmo que nada mais vai acontecer.
Prometo. Cumpro.
Mas as coisas demorar a mudar, ou nem mudam, vai saber...
Eu queria poder ter a certeza de que as coisas se acertariam de algum modo, garantir que a quantidade de esforço despreendido, me fosse retornado.
Ter a certeza de que as coisas e pessoas pelas quais me dedico são realmente o melhor pra mim.
Porém, tudo o que tenho é a incerteza. Odeio a incerteza.
Mais um ano passado e o passado ainda parece ter que me ensinar algo que me recuso a aprender.
Depois de mais de duas décadas vivendo uma vida que sempre pareceu escrita pra outro alguém, no fundo, eu já devia saber que o melhor sempre ainda está por vir.
Assim como o pior.
Assim como o desconhecido.
E no fim, só me resta seguir mesmo... ^^/
Sei lá, acho que já cheguei naquele ponto em que mal consigo separar como foi minha vida antes ou depois de tal idade...
O fato é que sentir os vinte-um me parece ser equivalente ao que venho sentindo normalmente. Nada anormal.
Como eu queria ter meus vinte-um anos desgarrados, perdido entre ruas de nomes desconhecidos e rostos não convidativos, mas sinceros.
Porque eu sempre busquei, depois dessas mais de duas décadas de vida, as coisas que, no fundo, eu já devia saber que não poderia ou conseguiria ter.
Parece ter sido mesmo apenas o sofrimento por si só.
E pronto.
Às vistas ao redor busco algo mais. Mas nem mesmo me encontro na maior parte das vezes.
Tento guiar-me dentro da escuridão enquanto a luz continua a cegar lá fora.
Recolher-me aqui dentro deve ser a melhor opção, pelo menos por ora.
Já foram mais de duas décadas caçando algo que eu já devia saber, no fundo, que seria muito difícil, quase impossível de encontrar.
Por vezes, pensei ter encontrado, mas era tolice. Doce ilusão que só me empurrou mais fundo e adiante nessa busca insensata por algo desconhecido.
Garanto a mim mesmo que nada mais vai acontecer.
Prometo. Cumpro.
Mas as coisas demorar a mudar, ou nem mudam, vai saber...
Eu queria poder ter a certeza de que as coisas se acertariam de algum modo, garantir que a quantidade de esforço despreendido, me fosse retornado.
Ter a certeza de que as coisas e pessoas pelas quais me dedico são realmente o melhor pra mim.
Porém, tudo o que tenho é a incerteza. Odeio a incerteza.
Mais um ano passado e o passado ainda parece ter que me ensinar algo que me recuso a aprender.
Depois de mais de duas décadas vivendo uma vida que sempre pareceu escrita pra outro alguém, no fundo, eu já devia saber que o melhor sempre ainda está por vir.
Assim como o pior.
Assim como o desconhecido.
E no fim, só me resta seguir mesmo... ^^/
21.5.10
Carrossel Desgovernado
Alguém aí já brincou no carrossel?
Gostou?
Imagina sentar num daqueles cavalinhos, esperar o motor do brinquedo ligar e perceber, à cada segundo, que a velocidade está aumentando. E mais.
E mais.
Então, a velocidade começa a tornar-se incômoda.
Os pontos de referência que você reconhecia lá fora, não são mais visíveis.
Você tem de segurar com força no seu cavalinho pra não escorregar e cair.
O motor do brinquedo parece dar novos arranques, anunciando que a velocidade deve aumentar ainda mais.
Os ocupantes dos demais cavalinhos ao seu redor parecem começar a dar sinais de desistência.
Uns se abraçam ao veículo com toda força.
Outros se deixam levar pela velocidade e tombam serenamente.
Enquanto outros se agarram com toda força mas são, agonizantemente, vencidos pela velocidade implacável e são arremessados para fora do brinquedo.
Não sei se alguém consegue ver isso, mas é exatamente assim que eu me sinto, vivendo nessa rotina alucinógena que temos na facul.
São tantas coisas a fazer e deveres a cumprir que TUDO parece girar. Girando como num carrossel.
E em velocidades muito altas.
Deixa-nos sem ar.
Sem movimento. Sem controle.
Atados à rotinas de acontecimentos dos quais não temos controle nenhum.
Um verdadeiro carrossel desgovernado.
Bom mesmo era a época na qual eu só relacionava o movimento de um carrossel com um simples brinquedo pra se ficar girando lenta e inocentemente...
Gostou?
Imagina sentar num daqueles cavalinhos, esperar o motor do brinquedo ligar e perceber, à cada segundo, que a velocidade está aumentando. E mais.
E mais.
Então, a velocidade começa a tornar-se incômoda.
Os pontos de referência que você reconhecia lá fora, não são mais visíveis.
Você tem de segurar com força no seu cavalinho pra não escorregar e cair.
O motor do brinquedo parece dar novos arranques, anunciando que a velocidade deve aumentar ainda mais.
Os ocupantes dos demais cavalinhos ao seu redor parecem começar a dar sinais de desistência.
Uns se abraçam ao veículo com toda força.
Outros se deixam levar pela velocidade e tombam serenamente.
Enquanto outros se agarram com toda força mas são, agonizantemente, vencidos pela velocidade implacável e são arremessados para fora do brinquedo.
Não sei se alguém consegue ver isso, mas é exatamente assim que eu me sinto, vivendo nessa rotina alucinógena que temos na facul.
São tantas coisas a fazer e deveres a cumprir que TUDO parece girar. Girando como num carrossel.
E em velocidades muito altas.
Deixa-nos sem ar.
Sem movimento. Sem controle.
Atados à rotinas de acontecimentos dos quais não temos controle nenhum.
Um verdadeiro carrossel desgovernado.
Bom mesmo era a época na qual eu só relacionava o movimento de um carrossel com um simples brinquedo pra se ficar girando lenta e inocentemente...
11.5.10
Engraçado Como As Coisas São
Teus olhos se aproximaram.
Teu rosto colou-se ao meu.
Não consegui identificar meus lábios tão próximos dos teus.
E quando meus olhos tentaram se fechar, enxerguei você.
Estranho.
Onde estava a habitual escuridão de quando os olhos se cerram?
Abri-os devagar novamente e tu estava com os olhos fechados.
Engraçado como as coisas são.
O frio que fazia lá fora parecia ter ocorrido há meses, anos atrás.
Ali eu sentia teu calor e tua presença me bastava.
Sentir teu corpo em minhas mãos e ter, por poucos ínfimos momentos que duraram a eternidade, a certeza de que há algo de bom na rotina louca de tua vida.
Apenas fiquei ali. E tu também.
Alguns momentos que me equivaleram à uma redenção. A libertação de pensamentos atormentadores de semanas, mas que pareceriam anos.
Mas que, sem dificuldade, também pareceriam meras horas num dia quente de verão.
Um beijo e nada mais.
As coisas são estranhas sim.
Nunca se sabe o que se encontrará atrás de uma porta fechada ou num corredor deserto.
As coisas ocultas entre a tênue cortina do certo e errado parecem brincar com nosso destino e por mais que eu queira dizer que não me importo, que sou forte, eu me importo sim.
Bastante.
Mas o que tiver de ser, será.
Com ou sem minha insistência, com ou sem teu medo, com ou sem minha ansiedade, com ou sem tuas dúvidas.
Engraçado como as coisas são.
Ficção e realidade são, no fim das contas, a mesma coisa.
O estranho e interessante é quando tu deixa de se preocupar se isso faz diferença ou não...
Teu rosto colou-se ao meu.
Não consegui identificar meus lábios tão próximos dos teus.
E quando meus olhos tentaram se fechar, enxerguei você.
Estranho.
Onde estava a habitual escuridão de quando os olhos se cerram?
Abri-os devagar novamente e tu estava com os olhos fechados.
Engraçado como as coisas são.
O frio que fazia lá fora parecia ter ocorrido há meses, anos atrás.
Ali eu sentia teu calor e tua presença me bastava.
Sentir teu corpo em minhas mãos e ter, por poucos ínfimos momentos que duraram a eternidade, a certeza de que há algo de bom na rotina louca de tua vida.
Apenas fiquei ali. E tu também.
Alguns momentos que me equivaleram à uma redenção. A libertação de pensamentos atormentadores de semanas, mas que pareceriam anos.
Mas que, sem dificuldade, também pareceriam meras horas num dia quente de verão.
Um beijo e nada mais.
As coisas são estranhas sim.
Nunca se sabe o que se encontrará atrás de uma porta fechada ou num corredor deserto.
As coisas ocultas entre a tênue cortina do certo e errado parecem brincar com nosso destino e por mais que eu queira dizer que não me importo, que sou forte, eu me importo sim.
Bastante.
Mas o que tiver de ser, será.
Com ou sem minha insistência, com ou sem teu medo, com ou sem minha ansiedade, com ou sem tuas dúvidas.
Engraçado como as coisas são.
Ficção e realidade são, no fim das contas, a mesma coisa.
O estranho e interessante é quando tu deixa de se preocupar se isso faz diferença ou não...
4.5.10
"Whatever Happened, Happened."
Uma das coisas que mais odeio e gosto ao mesmo tempo é ter epifanias.
Pra quem não conhece o termo, peguei um dicionário explicando intelectualmente tal termo de modo que eu jamais conseguiria... hehe
Bom, de acordo com o dicionário do UOL, aí vai o significado de epifania:
1. Fig. Percepção intuitiva da essência, do significado de algo ou da realidade, por meio de algo corriqueiro, inesperado; REVELAÇÃO.
Pois é.
Acho que deu pra entender não?
Ter estas tais epifanias, do nada, ao estar fazendo nada, assistindo aula, pegando ônibus, conversando com amigos ou desconhecidos, simplesmente ter uma revelação pressionada contra seu cérebro, como se uma entidade superior tivesse simplesmente apertado um Ctrl + V de uma verdade absoluta [e absurda] diretamente sobre sua consciência.
É isso.
Evitando partes extremamente estranhas e pessoais dessa epifania do dia, posso dizer que nunca, nunca mesmo, nunca nunca NUNCA me senti tão crescido. Amadurecido mesmo.
E por alguma estranha razão [ou nem tanto assim] algumas cenas antológicas de meu seriado preferido [todo mundo já sabe qual... haha] se imprimiram [novamente!] de maneira letárgica e marcante em minha mente:
"– Porque o que aconteceu, aconteceu."
E
"– Eles chegam. Lutam. Destroem. Corrompem. E sempre termina do mesmo jeito.
– Só termina uma vez. Qualquer coisa que aconteça antes disso é apenas progresso."
[entre outrar que não posto pra não acabar com a paciência do povo-leitor]
Acho que deu pra entender, né?
Não há razão para a histeria da vida. Para o desespero. As coisas que devem acontecer, acontecem. Simplesmente.
E, na maioria das vezes, de que adianta ficar insistindo, esperneando, esmurrando paredes e chutando tudo que há pela frente?!
Enfim, pararei com elucidações e pensamentos sem sentido [mas que pra mim fazem um sentido colossal!] e encerrarei esse post com uma citação:
"– Estou aqui porque eu estava destinado a estar aqui."
=)
Pra quem não conhece o termo, peguei um dicionário explicando intelectualmente tal termo de modo que eu jamais conseguiria... hehe
Bom, de acordo com o dicionário do UOL, aí vai o significado de epifania:
1. Fig. Percepção intuitiva da essência, do significado de algo ou da realidade, por meio de algo corriqueiro, inesperado; REVELAÇÃO.
Pois é.
Acho que deu pra entender não?
Ter estas tais epifanias, do nada, ao estar fazendo nada, assistindo aula, pegando ônibus, conversando com amigos ou desconhecidos, simplesmente ter uma revelação pressionada contra seu cérebro, como se uma entidade superior tivesse simplesmente apertado um Ctrl + V de uma verdade absoluta [e absurda] diretamente sobre sua consciência.
É isso.
Evitando partes extremamente estranhas e pessoais dessa epifania do dia, posso dizer que nunca, nunca mesmo, nunca nunca NUNCA me senti tão crescido. Amadurecido mesmo.
E por alguma estranha razão [ou nem tanto assim] algumas cenas antológicas de meu seriado preferido [todo mundo já sabe qual... haha] se imprimiram [novamente!] de maneira letárgica e marcante em minha mente:
"– Porque o que aconteceu, aconteceu."
E
"– Eles chegam. Lutam. Destroem. Corrompem. E sempre termina do mesmo jeito.
– Só termina uma vez. Qualquer coisa que aconteça antes disso é apenas progresso."
[entre outrar que não posto pra não acabar com a paciência do povo-leitor]
Acho que deu pra entender, né?
Não há razão para a histeria da vida. Para o desespero. As coisas que devem acontecer, acontecem. Simplesmente.
E, na maioria das vezes, de que adianta ficar insistindo, esperneando, esmurrando paredes e chutando tudo que há pela frente?!
Enfim, pararei com elucidações e pensamentos sem sentido [mas que pra mim fazem um sentido colossal!] e encerrarei esse post com uma citação:
"– Estou aqui porque eu estava destinado a estar aqui."
=)
29.4.10
Intensos Momentos
Se eu soubesse como transcrever como as coisas realmente são, tenho certeza de que não existiriam palavras suficientes para tal coisa.
Enquanto rostos desconhecidos e rotineiros passam por mim, minha mente voa e se afasta.
Me deixa inerte esperando o momento certo de agir.
Ao mesmo tempo em que me faz agonizar e suplicar por algo que não é certo de acontecer.
E muito menos incerto, eu diria.
Intensos e tensos momentos ocorrem e sucedem-se um a um.
Esparsas palavras ecoam evitando o silêncio.
Mas dizem que o silêncio tem tanto medo de nós quanto nós dele.
Porém, ainda assim tenho minhas dúvidas.
Coisas sem sentido sempre parecem mais coesas que as coisas ditas racionais, então, não vou nem me preocupar se nada disso aqui fizer sentido, afinal, o sentido está em quem lê. E não em quem escreve.
Enquanto os tensos e intensos momentos permeiam a rotina, a normalidade tenta, arduamente voltar à ela.
E assim tudo continua a girar e girar...
Enquanto rostos desconhecidos e rotineiros passam por mim, minha mente voa e se afasta.
Me deixa inerte esperando o momento certo de agir.
Ao mesmo tempo em que me faz agonizar e suplicar por algo que não é certo de acontecer.
E muito menos incerto, eu diria.
Intensos e tensos momentos ocorrem e sucedem-se um a um.
Esparsas palavras ecoam evitando o silêncio.
Mas dizem que o silêncio tem tanto medo de nós quanto nós dele.
Porém, ainda assim tenho minhas dúvidas.
Coisas sem sentido sempre parecem mais coesas que as coisas ditas racionais, então, não vou nem me preocupar se nada disso aqui fizer sentido, afinal, o sentido está em quem lê. E não em quem escreve.
Enquanto os tensos e intensos momentos permeiam a rotina, a normalidade tenta, arduamente voltar à ela.
E assim tudo continua a girar e girar...
25.4.10
Blog na Ausência
A correria domina os dias, as semanas, tudo.
A rotina te obriga a correr atrás de algo que você ainda nem sabe o que é, mas que tem que correr atrás.
O tempo se esvai.
O tempo pra si mesmo inexiste e tudo o que sobra é um cansaço que não vai embora depois do fim de semana.
Engraçado é que quando eu tinha tempo pra postar aqui no blog, os assuntos me faltavam.
Fugiam-me as idéias e sobravam posts vazios e idiotas [mais idiotas que os atuais, se é que é possível].
Atualmente, não tenho tempo suficiente pra ficar por aqui.
As idéias me surgem e não consigo passar todas pra cá.
Infelizmente o que tem permanecido no blog é minha ausência.
Mas sempre que possível tentarei conviver aqui, além da rotina desvairada que tem me dominado...
E assim, essa rotina bizarra se sucede...
A rotina te obriga a correr atrás de algo que você ainda nem sabe o que é, mas que tem que correr atrás.
O tempo se esvai.
O tempo pra si mesmo inexiste e tudo o que sobra é um cansaço que não vai embora depois do fim de semana.
Engraçado é que quando eu tinha tempo pra postar aqui no blog, os assuntos me faltavam.
Fugiam-me as idéias e sobravam posts vazios e idiotas [mais idiotas que os atuais, se é que é possível].
Atualmente, não tenho tempo suficiente pra ficar por aqui.
As idéias me surgem e não consigo passar todas pra cá.
Infelizmente o que tem permanecido no blog é minha ausência.
Mas sempre que possível tentarei conviver aqui, além da rotina desvairada que tem me dominado...
E assim, essa rotina bizarra se sucede...
18.4.10
Espaço & Tempo
Essas duas palavrinhas aí de cima já me perseguem o suficiente nessa minha graduação e, mesmo assim, continuam a fazer parte da minha vida naqueles tais momentos de lazer.
Space And Time, do The Verve.
Acho que, de longe, posso dizer que Urban Hymns, álbum de 1997 dessa banda inglesa espetacular, é um dos álbuns que mais aprecio na vida. Chega a soar meio "fã-idiota" mas não posso evitar.
Ainda por cima, o fato do álbum ter esse nome [Hinos Urbanos] também parece piada com o fato de eu fazer geografia... ¬¬
A seguir: Space And Time!
Space And Time, do The Verve.
Acho que, de longe, posso dizer que Urban Hymns, álbum de 1997 dessa banda inglesa espetacular, é um dos álbuns que mais aprecio na vida. Chega a soar meio "fã-idiota" mas não posso evitar.
Ainda por cima, o fato do álbum ter esse nome [Hinos Urbanos] também parece piada com o fato de eu fazer geografia... ¬¬
A seguir: Space And Time!
15.4.10
Acredite Que...
"Só acredite que, assim como disseram certa vez, as coisas devem se acertar quando menos se espera. Pois, quem espera atentamente nunca percebe a mudança chegando. Fato.
Viva a inevitabilidade de cada dia, sentindo que o vento que te refresca hoje é o mesmo que te fará tremer de frio daqui a alguns meses.
Observe a lua cheia desse verão de noites quentes e perceba a sombra daquele coelho moldado para aqueles poucos que conseguem visualizá-lo. Se não consegue, sinto muito.
Durma tarde para aproveitar o silêncio das madrugadas. Durma cedo para acordar disposto com os primeiros raios de sol da manhã.
Esqueça o nome de seus amigos. Descubra os companheiros anônimos de cada dia e desperte a paixão desconhecida em seu peito.
Sofra o que tentou escapar por toda a vida. Aproveite os tensos e finitos momentos do desespero que te fazem lembrar o que é estar vivo. O que é ser humano.
Porque depois do sofrimento sempre há algo mais que nem todos sabem o que é.
Descubra que o que te deixa acordado todas as noites será aquilo que te manterá de pé durante todos os dias.
Dias, semanas, meses e anos passarão e algumas pessoas permanecerão. Outras irão desaparecer mais rápido do que você conseguirá notar suas presenças. Enquanto outros você nem irá notar.
Não se preocupe.
Muitos também não te notarão. Ou esperarão avidamente para que você desapareça daquele círculo social.
E não nos cabe refletir se isso tudo vale a pena ou não.
Acredite: não vale.
O centro de nosso mundo consiste em nós mesmos. E só.
Só."
Viva a inevitabilidade de cada dia, sentindo que o vento que te refresca hoje é o mesmo que te fará tremer de frio daqui a alguns meses.
Observe a lua cheia desse verão de noites quentes e perceba a sombra daquele coelho moldado para aqueles poucos que conseguem visualizá-lo. Se não consegue, sinto muito.
Durma tarde para aproveitar o silêncio das madrugadas. Durma cedo para acordar disposto com os primeiros raios de sol da manhã.
Esqueça o nome de seus amigos. Descubra os companheiros anônimos de cada dia e desperte a paixão desconhecida em seu peito.
Sofra o que tentou escapar por toda a vida. Aproveite os tensos e finitos momentos do desespero que te fazem lembrar o que é estar vivo. O que é ser humano.
Porque depois do sofrimento sempre há algo mais que nem todos sabem o que é.
Descubra que o que te deixa acordado todas as noites será aquilo que te manterá de pé durante todos os dias.
Dias, semanas, meses e anos passarão e algumas pessoas permanecerão. Outras irão desaparecer mais rápido do que você conseguirá notar suas presenças. Enquanto outros você nem irá notar.
Não se preocupe.
Muitos também não te notarão. Ou esperarão avidamente para que você desapareça daquele círculo social.
E não nos cabe refletir se isso tudo vale a pena ou não.
Acredite: não vale.
O centro de nosso mundo consiste em nós mesmos. E só.
Só."
9.4.10
Se Importa?
Não há nada mais sincero do que quando dizem que, com certeza, o sol vai brilhar no outro dia.
Simples. Sempre. Sincero. Verdadeiro.
As coisas verdadeiras têm uma extrema beleza por si só.
Uma beleza que as mentiras mais profundas não conseguem apagar.
Parafraseando um personagem do qual sou muito fã: "A intensa chama da Verdade queima sobre as mentiras".
Vez ou outra é bom se lembrar disso.
Principalmente se você é daquele tipo de pessoa que costuma se importar com as coisas. Se importar com as pessoas. Se importar.
Mais do que deveria, principalmente.
Porque muitas pessoas não se importam.
E quanto mais cedo você se tocar disso, melhor.
Afinal, não importa o quanto você tente ser legal.
Não importa o quanto você tente ser justo e compreensivo.
A vida e as pessoas simplesmente não te julgam desse modo. Não.
Apesar de você saber que esse é o modo pelo qual se deve AGIR, o modo pelo qual se deve SER, simplesmente não adianta.
Se importar é algo totalmente pessoal, porém, é imprescindível saber pelo o que as pessoas ao seu redor se importam.
Afinal, estão ao seu redor, fazem parte da sua vida... querendo ou não.
Aqueles aos quais damos os importantes títulos de "amigos" deveriam ter maior noção disso que os demais. Isso nem sempre acontece.
Mas afinal, algo disso tudo realmente importa?
Queda após queda, parece impossível aprender tal lição.
Com certeza é uma missão pra se levar daqui pra eternidade.
Ou apenas até o próximo nascer do sol...
PS: Odeio meus posts de cunho pessoal, soam confusos, dramáticos e nem sempre me ajudam. Mas não posso evitar marcar tais coisas em algo mais resiliente do que a memória.
Simples. Sempre. Sincero. Verdadeiro.
As coisas verdadeiras têm uma extrema beleza por si só.
Uma beleza que as mentiras mais profundas não conseguem apagar.
Parafraseando um personagem do qual sou muito fã: "A intensa chama da Verdade queima sobre as mentiras".
Vez ou outra é bom se lembrar disso.
Principalmente se você é daquele tipo de pessoa que costuma se importar com as coisas. Se importar com as pessoas. Se importar.
Mais do que deveria, principalmente.
Porque muitas pessoas não se importam.
E quanto mais cedo você se tocar disso, melhor.
Afinal, não importa o quanto você tente ser legal.
Não importa o quanto você tente ser justo e compreensivo.
A vida e as pessoas simplesmente não te julgam desse modo. Não.
Apesar de você saber que esse é o modo pelo qual se deve AGIR, o modo pelo qual se deve SER, simplesmente não adianta.
Se importar é algo totalmente pessoal, porém, é imprescindível saber pelo o que as pessoas ao seu redor se importam.
Afinal, estão ao seu redor, fazem parte da sua vida... querendo ou não.
Aqueles aos quais damos os importantes títulos de "amigos" deveriam ter maior noção disso que os demais. Isso nem sempre acontece.
Mas afinal, algo disso tudo realmente importa?
Queda após queda, parece impossível aprender tal lição.
Com certeza é uma missão pra se levar daqui pra eternidade.
Ou apenas até o próximo nascer do sol...
PS: Odeio meus posts de cunho pessoal, soam confusos, dramáticos e nem sempre me ajudam. Mas não posso evitar marcar tais coisas em algo mais resiliente do que a memória.
5.4.10
Catching The Butterfly...
"E eu vou continuar capturando aquela borboleta daqueles sonhos meus,
daqueles meus sonhos lúcidos." [Catching the Butterfly - The Verve]
O mais estranho é que quando nem mesmo meus sonhos mais lúcidos ou momentos mais realistas conseguem me manter acordado é porque devo correr na direção oposta.
Mas o mais bizarro depois disso é que não quero correr na direção oposta.
Quero sentir o ar na queda do precipício.
Correr, empurrado pela força da gravidade, com destino à um só chão.
Correndo atrás daquela borboleta, daqueles sonhos meus...
Mesmo com aqueles inúmeros avisos e conselhos para não perseguir uma borboleta, pois se você tiver paciência, uma hora ou outra ela pousa em você.
Acredita?
daqueles meus sonhos lúcidos." [Catching the Butterfly - The Verve]
O mais estranho é que quando nem mesmo meus sonhos mais lúcidos ou momentos mais realistas conseguem me manter acordado é porque devo correr na direção oposta.
Mas o mais bizarro depois disso é que não quero correr na direção oposta.
Quero sentir o ar na queda do precipício.
Correr, empurrado pela força da gravidade, com destino à um só chão.
Correndo atrás daquela borboleta, daqueles sonhos meus...
Mesmo com aqueles inúmeros avisos e conselhos para não perseguir uma borboleta, pois se você tiver paciência, uma hora ou outra ela pousa em você.
Acredita?
30.3.10
Anoitecer
O ônibus nem está tão lotado, mas ainda assim o irrita.
O som de seu mp3 o isola de todos à sua volta e ele não se importa. Só quer sair daquele ônibus logo.
O tranporte coletivo faz uma curva, cruza a praça e começa a descer uma das mais movimentadas avenidas da cidade.
Ele se levanta, pede licença ao rapaz sentado ao lado e segue para a frente do ônibus. Com a mão esquerda ajeita a camiseta enquanto a mão direita aperta a campainha do veículo.
Parada solicitada.
A noite caiu rápida. Já é anoitecer.
Menos de sete horas e o céu já tem um tom sombrio que ele tanto aprecia.
Ele apenas encara a rua passando, rápida, lá fora, através do vidro sujo e embaçado da porta lateral.
O ônibus avança alguns sinais vermelhos, mas tudo bem.
Ônibus pode.
O ponto chega, o ônibus pára, ligeiro, e o rapaz desce.
Nem bem desce e o ônibus arranca novamente, para evitar perder o próximo semáforo verde.
O rapaz anda devagar. Troca as músicas do mp3 e avança lentamente pela avenida.
Não há necessidade para correria. Nem para agitação.
Ele tenta se lembrar, mas não consegue com exatidão, saber há quantos dias não caminha à noite.
E nem é "tão" noite assim.
Esqueceu-se do fato de que a noite o acalma, ao contrário do dia, que tem a absoluta capacidade de fazer-lhe estressar em poucos minutos à luz do sol.
"Menos, cara", pensa consigo mesmo.
Um vento insistente sopra pelo centro da cidade.
É perto da hora do rush e os carros, motos e pedestres amontoam-se nos principais cruzamentos, preocupados em chegar em casa milésimos de segundo mais cedo do que no dia anterior.
"Seus tolos".
Seu olhar volta-se para o alto. Para o céu ao anoitecer.
E para sua surpresa para a lua cheia.
Grande lua cheia e seu coelho apaixonado.
"Seu tolo".
O som de seu mp3 o isola de todos à sua volta e ele não se importa. Só quer sair daquele ônibus logo.
O tranporte coletivo faz uma curva, cruza a praça e começa a descer uma das mais movimentadas avenidas da cidade.
Ele se levanta, pede licença ao rapaz sentado ao lado e segue para a frente do ônibus. Com a mão esquerda ajeita a camiseta enquanto a mão direita aperta a campainha do veículo.
Parada solicitada.
A noite caiu rápida. Já é anoitecer.
Menos de sete horas e o céu já tem um tom sombrio que ele tanto aprecia.
Ele apenas encara a rua passando, rápida, lá fora, através do vidro sujo e embaçado da porta lateral.
O ônibus avança alguns sinais vermelhos, mas tudo bem.
Ônibus pode.
O ponto chega, o ônibus pára, ligeiro, e o rapaz desce.
Nem bem desce e o ônibus arranca novamente, para evitar perder o próximo semáforo verde.
O rapaz anda devagar. Troca as músicas do mp3 e avança lentamente pela avenida.
Não há necessidade para correria. Nem para agitação.
Ele tenta se lembrar, mas não consegue com exatidão, saber há quantos dias não caminha à noite.
E nem é "tão" noite assim.
Esqueceu-se do fato de que a noite o acalma, ao contrário do dia, que tem a absoluta capacidade de fazer-lhe estressar em poucos minutos à luz do sol.
"Menos, cara", pensa consigo mesmo.
Um vento insistente sopra pelo centro da cidade.
É perto da hora do rush e os carros, motos e pedestres amontoam-se nos principais cruzamentos, preocupados em chegar em casa milésimos de segundo mais cedo do que no dia anterior.
"Seus tolos".
Seu olhar volta-se para o alto. Para o céu ao anoitecer.
E para sua surpresa para a lua cheia.
Grande lua cheia e seu coelho apaixonado.
"Seu tolo".
26.3.10
Passado de Prenúncios
A noite demorava a cair no verão.
Isso era algo que todos já sabiam mas nos momentos de silêncios constrangedores, tal assunto sempre voltava à pauta. Algo mais do que comum de se discutir com estudantes de um curso de Ciências da Terra como aqueles ali.
Tudo bem que, para aqueles quatro ou cinco calouros, discutir eixo de rotação da Terra e variação sazonal do alcance dos raios solares não era algo que eles conseguiriam fazer tranquilamente. Mas aqueles dois veteranos não se importavam.
E nem teriam razão para tal coisa.
Enquanto o rapaz guiava aquele sedã por ruas desconhecidas para os novatos, a moça, no banco do carona, ia tentando se comunicar com aqueles calouros assustados. Nome, apelido, cidade natal, perspectiva do curso e todas aquelas perguntas e respostas que sempre temos de saber decoradas ao conversar com recém conhecidos.
O carro chega à uma praça redonda iluminada, com uma torre ao centro. O rapaz, gracejando ao volante, diz que se perdeu e começa a rodar a praça. Uma, duas vezes. A moça também ri, acompanhada das risadas meio sem-graça, meio assustadas daqueles quatro ou cinco no banco de trás.
"Pára de graça agora, vai assustar os bixos..." diz a moça.
O rapaz ri mas obedece, e logo vira a primeira rua à direita. Poucas quadras depois, o carro para numa esquina, na frente de um bar mal cuidado e lotado de pessoas que se aglomeram na calçada.
"Chegamos bixarada. Tirem suas canecas!" exclama o rapaz desligando o carro e abrindo as portas.
Os quatro ou cinco calouros descem e, ainda um pouco receosos, aproximam-se do enorme grupo ali compactado. Gritos anunciam a sua chegada e logo os canecos estão cheios e a conversa rolando e as futuras amizades e inimizades de anos à frente começam a ser moldadas.
Duas ou três horas depois, três calouros já embriagados contam causos e riem sentados na beira de uma das calçadas com uma garrafa nas mãos. Um deles, já bêbado, tenta dizer algo e só depois de um tempo consegue com êxito:
"Ahh cara, preciso ir... Senão vou... vou me encrencar de verda-de!"
Os três se despedem e o rapaz se afasta, vai para a praça redonda que cruzou algumas horas antes e chama um táxi.
Por ironia do destino, sorte ou azar, um taxista tagarela o atende e logo estão conversando bastante. Os assuntos voam e por fim voltam ao tema da distância e morar fora de casa.
"Vim de longe pra estudar, espero aproveitar bem tudo que existe por aqui", diz o rapaz sonhador, talvez devido à leve embriaguez. Sonhos bêbados parecem tão mais possíveis!
"Sim, garoto. Também vim de longe pra trabalhar nessa cidade grande"
"É, muita gente vêm pra cá... Lugar de encontro, de amizades..."
"É, rapaz, mas deixe-me dizer uma coisa... Acredite se quiser, mas nesses mais de vinte anos que moro por aqui, não posso dizer que tenho um amigo de verdade. Não como os que eu tinha antes. Não como os do meu passado. Simplesmente é que: as amizades aqui são difíceis e não me arrisco a dizer que tenho um amigo por aqui."
O rapaz não respondeu, apenas concordou com a cabeça enquanto o taxista começava a falar sobre o assunto sobre o qual a memória não conseguiu reter.
Os anos passam, as coisas mudam, e outras coisas nem tanto. Se aquilo é verdade ou devaneio, mentira ou realidade?
Não se sabe.
Mas o rapaz, vez ou outra, acaba lembrando daquilo que lhe disseram certa vez num táxi...
Isso era algo que todos já sabiam mas nos momentos de silêncios constrangedores, tal assunto sempre voltava à pauta. Algo mais do que comum de se discutir com estudantes de um curso de Ciências da Terra como aqueles ali.
Tudo bem que, para aqueles quatro ou cinco calouros, discutir eixo de rotação da Terra e variação sazonal do alcance dos raios solares não era algo que eles conseguiriam fazer tranquilamente. Mas aqueles dois veteranos não se importavam.
E nem teriam razão para tal coisa.
Enquanto o rapaz guiava aquele sedã por ruas desconhecidas para os novatos, a moça, no banco do carona, ia tentando se comunicar com aqueles calouros assustados. Nome, apelido, cidade natal, perspectiva do curso e todas aquelas perguntas e respostas que sempre temos de saber decoradas ao conversar com recém conhecidos.
O carro chega à uma praça redonda iluminada, com uma torre ao centro. O rapaz, gracejando ao volante, diz que se perdeu e começa a rodar a praça. Uma, duas vezes. A moça também ri, acompanhada das risadas meio sem-graça, meio assustadas daqueles quatro ou cinco no banco de trás.
"Pára de graça agora, vai assustar os bixos..." diz a moça.
O rapaz ri mas obedece, e logo vira a primeira rua à direita. Poucas quadras depois, o carro para numa esquina, na frente de um bar mal cuidado e lotado de pessoas que se aglomeram na calçada.
"Chegamos bixarada. Tirem suas canecas!" exclama o rapaz desligando o carro e abrindo as portas.
Os quatro ou cinco calouros descem e, ainda um pouco receosos, aproximam-se do enorme grupo ali compactado. Gritos anunciam a sua chegada e logo os canecos estão cheios e a conversa rolando e as futuras amizades e inimizades de anos à frente começam a ser moldadas.
Duas ou três horas depois, três calouros já embriagados contam causos e riem sentados na beira de uma das calçadas com uma garrafa nas mãos. Um deles, já bêbado, tenta dizer algo e só depois de um tempo consegue com êxito:
"Ahh cara, preciso ir... Senão vou... vou me encrencar de verda-de!"
Os três se despedem e o rapaz se afasta, vai para a praça redonda que cruzou algumas horas antes e chama um táxi.
Por ironia do destino, sorte ou azar, um taxista tagarela o atende e logo estão conversando bastante. Os assuntos voam e por fim voltam ao tema da distância e morar fora de casa.
"Vim de longe pra estudar, espero aproveitar bem tudo que existe por aqui", diz o rapaz sonhador, talvez devido à leve embriaguez. Sonhos bêbados parecem tão mais possíveis!
"Sim, garoto. Também vim de longe pra trabalhar nessa cidade grande"
"É, muita gente vêm pra cá... Lugar de encontro, de amizades..."
"É, rapaz, mas deixe-me dizer uma coisa... Acredite se quiser, mas nesses mais de vinte anos que moro por aqui, não posso dizer que tenho um amigo de verdade. Não como os que eu tinha antes. Não como os do meu passado. Simplesmente é que: as amizades aqui são difíceis e não me arrisco a dizer que tenho um amigo por aqui."
O rapaz não respondeu, apenas concordou com a cabeça enquanto o taxista começava a falar sobre o assunto sobre o qual a memória não conseguiu reter.
Os anos passam, as coisas mudam, e outras coisas nem tanto. Se aquilo é verdade ou devaneio, mentira ou realidade?
Não se sabe.
Mas o rapaz, vez ou outra, acaba lembrando daquilo que lhe disseram certa vez num táxi...
19.3.10
À Mercê Da Realidade
Existe algo que todos querem.
Algo que apenas o outro pode te oferecer. Algo que você não pode alcançar sozinho.
Alguns não sabem o que é isso. Outros nem se importam e vivem felizes sem essa necessidade. Já outros conhecem e o têm na mais alta estima, enquanto alguns conhecem, mas não o possuem.
Pior do que não saber, é conhecer e não ter chance de conseguir.
Pior do que conhecer, é saber que nunca se alcançará.
Quando os desavisados encontram o outro que pode lhe oferecer o presente máximo dessa existência, é preciso refletir e perceber que se trata de um momento único dessa vida.
Do mesmo modo, encarar a realidade de algo impossível também é algo único dessa vida. Algo infeliz, mas necessário e tremendamente real.
Todos estamos à mercê dessa realidade.
E a realidade esmaga à tudo e à todos. Sempre.
Pra se abrigar desse ataque massivo é preciso coragem suficiente para reconhecer as próprias fraquezas e qualidades.
Saber a diferença da hora de correr e a hora de fugir.
A diferença entre estar certo e se arriscar pelos outros.
A diferença entre ser covarde e agir com o coração.
Se não entendeu nada do que eu disse, não se preocupe:
Um dia, a realidade ainda te fará sentir de um jeito semelhante.
Algo que apenas o outro pode te oferecer. Algo que você não pode alcançar sozinho.
Alguns não sabem o que é isso. Outros nem se importam e vivem felizes sem essa necessidade. Já outros conhecem e o têm na mais alta estima, enquanto alguns conhecem, mas não o possuem.
Pior do que não saber, é conhecer e não ter chance de conseguir.
Pior do que conhecer, é saber que nunca se alcançará.
Quando os desavisados encontram o outro que pode lhe oferecer o presente máximo dessa existência, é preciso refletir e perceber que se trata de um momento único dessa vida.
Do mesmo modo, encarar a realidade de algo impossível também é algo único dessa vida. Algo infeliz, mas necessário e tremendamente real.
Todos estamos à mercê dessa realidade.
E a realidade esmaga à tudo e à todos. Sempre.
Pra se abrigar desse ataque massivo é preciso coragem suficiente para reconhecer as próprias fraquezas e qualidades.
Saber a diferença da hora de correr e a hora de fugir.
A diferença entre estar certo e se arriscar pelos outros.
A diferença entre ser covarde e agir com o coração.
Se não entendeu nada do que eu disse, não se preocupe:
Um dia, a realidade ainda te fará sentir de um jeito semelhante.
5.3.10
Hora da Bagunça!
As coisas mais bonitas e as mais terríveis parecem poder, sempre, ser visualizadas na infância. Desde os mais singelos gestos de amizade aos momentos solitários que, só sendo criança, pode-se entender.
Quem assistiu "Onde Vivem Os Monstros" ["Where The Wild Things Are"] pode concordar comigo.
O garoto Max, ao se sentir sozinho e assustado em casa, refugia-se numa ilha onde habitam simpáticos [e outros nem tanto] monstros. Através da relação entre eles, o garoto e o monstro Carol se identificam e tornam-se amigos.
É fácil ver como ambos não sabem agir frente ao medo e à solidão [coisa que muita gente grande também não sabe lidar] e, como o garoto, vivendo entre os novos amigos, amadurece e percebe que mesmo quando as coisas não são como se espera, também pode-se ter bons momentos.
Quem assistiu "Onde Vivem Os Monstros" ["Where The Wild Things Are"] pode concordar comigo.
O garoto Max, ao se sentir sozinho e assustado em casa, refugia-se numa ilha onde habitam simpáticos [e outros nem tanto] monstros. Através da relação entre eles, o garoto e o monstro Carol se identificam e tornam-se amigos.
É fácil ver como ambos não sabem agir frente ao medo e à solidão [coisa que muita gente grande também não sabe lidar] e, como o garoto, vivendo entre os novos amigos, amadurece e percebe que mesmo quando as coisas não são como se espera, também pode-se ter bons momentos.
A cena da "hora da bagunça", quando o garoto é coroado "rei" da ilha, é aquela típica manifestação da liberdade sem o peso da responsabilidade. Afinal, nada mais importa além da competição sobre quem consegue fazer a maior bagunça em menos tempo...
Impossível não se emocionar nem um pouco ao assistir esse filme.
Só alguém extremamente insensível passaria por esse filme sem se identificar, pelo menos um pouco, com as atitudes e sentimentos da criança e dos monstros. Talvez com Judy, que sempre revela seu pessimismo frente à vida; ou Ira, o par de Judy que faz tudo por aqueles que de quem gosta; Alexander, com seu complexo de inferioridade; ou Douglas, com um companheirismo inabalável pelos amigos; ou, no fim, por KW, que protege os amigos à qualquer custo.
Grande lição destes "monstros" [metaforicamente tão reais] que, algumas vezes, acabam por brigar entre si mas que, no fundo, sabem que estão ligados e que são melhores juntos do que separados.
É aquela velha história: quando as pessoas machucam umas às outras, não basta perdoar ao próximo, é preciso se perdoar também.
Filme interessante, principalmente pra se ver como os lados de "criança" e "selvagem", que habitam em cada um de nós, continua existindo, mesmo depois que a infância já foi deixada bem lá pra trás. Profundas emoções... hehe
28.2.10
"Abaixo o Futuro!"
Existe vida após a faculdade?
Como viverei sem a presença constante de uns e outros que fazem da minha vida a Minha Vida?
Odeio sentir a sensação do inevitável.
A sensação do fim.
Um breve suspirar do futuro.
ODEIO.
Odeio o futuro.
A solução é viver o agora. Sempre.
Sempre repito isso pra mim.
E ainda bem que funciona... na maioria das vezes.
Deviam parar o futuro, proibi-lo de avançar e destruir as boas coisas que estamos vivenciando,
as boas pessoas que consideramos, os bons momentos partilhados.
"Abaixo o Futuro! Abaixo o Futuro" bradam as vozes rebeldes e radicais da minha cabeça. E concordo muito com elas, entendo muito bem tal sofrimento que faz erguer tais vozes...
Todas as boas conversas e discussões. E até mesmo brigas.
Companhias que prezo tanto.
E depois de tanto tempo terão de deixar nosso caminho comum.
Tristeza sim.
Mas vale a pena contar que poderemos levar memórias intensas dessas mesmas companhias quando o futuro longínquo chegar...
E sim, vou continuar com o "Abaixo o Futuro!"
xD
Como viverei sem a presença constante de uns e outros que fazem da minha vida a Minha Vida?
Odeio sentir a sensação do inevitável.
A sensação do fim.
Um breve suspirar do futuro.
ODEIO.
Odeio o futuro.
A solução é viver o agora. Sempre.
Sempre repito isso pra mim.
E ainda bem que funciona... na maioria das vezes.
Deviam parar o futuro, proibi-lo de avançar e destruir as boas coisas que estamos vivenciando,
as boas pessoas que consideramos, os bons momentos partilhados.
"Abaixo o Futuro! Abaixo o Futuro" bradam as vozes rebeldes e radicais da minha cabeça. E concordo muito com elas, entendo muito bem tal sofrimento que faz erguer tais vozes...
Todas as boas conversas e discussões. E até mesmo brigas.
Companhias que prezo tanto.
E depois de tanto tempo terão de deixar nosso caminho comum.
Tristeza sim.
Mas vale a pena contar que poderemos levar memórias intensas dessas mesmas companhias quando o futuro longínquo chegar...
E sim, vou continuar com o "Abaixo o Futuro!"
xD
12.2.10
Com "A" maiúsculo
Estranho como amigos podem ser estranhos de momentos em momentos.
Tenho uma dificuldade gigantesca para manutenção de amizades. Mas uma facilidade imensa de iniciar conversas e fazer amigos. Paradoxal? Complicado? Também acho.
Parando pra se pensar, é fácil de entender.
Sabem aquelas pessoas que conseguem travar conversas sobre praticamente quaisquer assuntos que possam vir a surgir? Aqueles que traçam paralelos entre a guerra no Oriente Médio com a quantidade de lipídios e carboidratos que existe no doce que acabou de comprar na padaria sem permitir que você perca o interesse por essa estupidamente idiota conversação? É, justamente essas pessoas. Acho que sou uma delas.
Tá, muitos dizem que sou volúvel ou fútil ou outro adjetivo similar à estes, mas não acredito que seja isso. Creio que minha mente apenas voa rápido demais, procurando avidamente por pessoas interessantes e que possam vir a ser amigos de verdade. Aqueles ''amigos'' de verdade, com ''A'' maiúsculo.
Esses são os poucos que conseguem me ver, por debaixo da superficialidade agitada sempre em movimento. São os poucos que me fazem sofrer. Os poucos que me trazem a real felicidade, que muito diferencio da alegria ou bem estar. Os poucos pelos quais faço qualquer coisa.
O problema, como eu disse no início, é que não consigo mantê-los. E claro, acredito que a culpa seja minha mesmo. Do mesmo modo que tenho a disposição de me sacrificar por aqueles que considero Amigos, eu espero o mesmo em troca.
E a questão é, eu tenho esse direito? É isso que tenho pensado. Não faz sentido, não?
Pra mim sempre, os Amigos deviam estar lá, pra quando eu precisasse e essa cobrança fazia parte da amizade. E obviamente, eu nunca pensei que "amizade" poderia ser definida de outros modos diferentes do meu...
Coisa que estou percebendo agora... antes tarde do que nunca... hehehe
Enfim, acho que a grande lição vem daquele princípio básico de não se colocar no centro do mundo [por mais que você seja o centro do SEU mundo]. As pessoas tem diferentes conceitos, diferentes visões, diferentes experiências, diferentes opiniões... as pessoas SÃO diferentes. Sempre.
O foco [pelo menos pra mim] é passar a entender mais essas diferenças e, talvez, desse exercicío de compreensão eu possa conseguir manter, de verdade, os tais Amigos com "A" maiúsculo.
Tenho uma dificuldade gigantesca para manutenção de amizades. Mas uma facilidade imensa de iniciar conversas e fazer amigos. Paradoxal? Complicado? Também acho.
Parando pra se pensar, é fácil de entender.
Sabem aquelas pessoas que conseguem travar conversas sobre praticamente quaisquer assuntos que possam vir a surgir? Aqueles que traçam paralelos entre a guerra no Oriente Médio com a quantidade de lipídios e carboidratos que existe no doce que acabou de comprar na padaria sem permitir que você perca o interesse por essa estupidamente idiota conversação? É, justamente essas pessoas. Acho que sou uma delas.
Tá, muitos dizem que sou volúvel ou fútil ou outro adjetivo similar à estes, mas não acredito que seja isso. Creio que minha mente apenas voa rápido demais, procurando avidamente por pessoas interessantes e que possam vir a ser amigos de verdade. Aqueles ''amigos'' de verdade, com ''A'' maiúsculo.
Esses são os poucos que conseguem me ver, por debaixo da superficialidade agitada sempre em movimento. São os poucos que me fazem sofrer. Os poucos que me trazem a real felicidade, que muito diferencio da alegria ou bem estar. Os poucos pelos quais faço qualquer coisa.
O problema, como eu disse no início, é que não consigo mantê-los. E claro, acredito que a culpa seja minha mesmo. Do mesmo modo que tenho a disposição de me sacrificar por aqueles que considero Amigos, eu espero o mesmo em troca.
E a questão é, eu tenho esse direito? É isso que tenho pensado. Não faz sentido, não?
Pra mim sempre, os Amigos deviam estar lá, pra quando eu precisasse e essa cobrança fazia parte da amizade. E obviamente, eu nunca pensei que "amizade" poderia ser definida de outros modos diferentes do meu...
Coisa que estou percebendo agora... antes tarde do que nunca... hehehe
Enfim, acho que a grande lição vem daquele princípio básico de não se colocar no centro do mundo [por mais que você seja o centro do SEU mundo]. As pessoas tem diferentes conceitos, diferentes visões, diferentes experiências, diferentes opiniões... as pessoas SÃO diferentes. Sempre.
O foco [pelo menos pra mim] é passar a entender mais essas diferenças e, talvez, desse exercicío de compreensão eu possa conseguir manter, de verdade, os tais Amigos com "A" maiúsculo.
10.2.10
"Coisa Típica Minha..."
É tarde. Madrugada.
Gosto muito de madrugadas. Minha solidão acompanhante parece encontrar outras almas e sinto-me menos sozinho... sem muito sentido.
O silêncio é terrível e, ao mesmo tempo, belo.
Uma beleza triste. Coisa típica minha...
Meu corpo dói. Minhas pernas, meus ossos estão estalando.
Meus ombos doloridos.
Minha cabeça também.
Minha alma, idem.
Sinto sangrar,
esvaindo tudo de bom que existia ou que poderia ter existido.
Só uma tristeza permanece.
E a tal solidão típica.
Coisa típica minha.
Gosto muito de madrugadas. Minha solidão acompanhante parece encontrar outras almas e sinto-me menos sozinho... sem muito sentido.
O silêncio é terrível e, ao mesmo tempo, belo.
Uma beleza triste. Coisa típica minha...
Meu corpo dói. Minhas pernas, meus ossos estão estalando.
Meus ombos doloridos.
Minha cabeça também.
Minha alma, idem.
Sinto sangrar,
esvaindo tudo de bom que existia ou que poderia ter existido.
Só uma tristeza permanece.
E a tal solidão típica.
Coisa típica minha.
5.2.10
"Semi-férias"
É difícil vir aqui e escrever sobre alguma coisa qualquer quando nada de interessante te acontece a ponto de vir aqui escrever.
Pior ainda é que as funcionalidades de redes sociais como twitter, com seus limitados caracteres, faz com que o "trabalho" de se postar no blog seja bem mais difícil, pelo menos pra mim.
Assim mesmo, postarei.
Essas foram as primeiras férias não-ociosas que tive, desde que entrei na graduação.
Sim, estranho.
Se esforçar, academicamente falando, nas férias é algo extremamente árduo.
Mas claro, tenho algumas vantagens do meu lado também.
Tirando isso, preciso dar um destaque pro calor absurdo que tem feito por aqui.
Odeio calor.
Enfim, quando houver boas idéias fluindo, voltarei!
Enquanto isso, o blog fica numa "semi-férias" que nem eu... HAHA
xD
Pior ainda é que as funcionalidades de redes sociais como twitter, com seus limitados caracteres, faz com que o "trabalho" de se postar no blog seja bem mais difícil, pelo menos pra mim.
Assim mesmo, postarei.
Essas foram as primeiras férias não-ociosas que tive, desde que entrei na graduação.
Sim, estranho.
Se esforçar, academicamente falando, nas férias é algo extremamente árduo.
Mas claro, tenho algumas vantagens do meu lado também.
Tirando isso, preciso dar um destaque pro calor absurdo que tem feito por aqui.
Odeio calor.
Enfim, quando houver boas idéias fluindo, voltarei!
Enquanto isso, o blog fica numa "semi-férias" que nem eu... HAHA
xD
27.1.10
Escuridão
Não gosto de escuro.
Talvez seja resquício do comum medo infantil aliada à posteriores sessões de filme de terror. Algo assim.
Não gosto da escuridão.
Sinto-me asfixiado. Aprisionado.
Esmagado por essa infinita massa escura.
Nessas situações, sinto sempre minha respiração acelerando... e falhando.
Tontura e uma ansiedade por enxergar algo que não consigo descrever.
Por isso, durmo sempre com um pouco da janela aberta, claro.
Tranquiliza-me saber que não estou preso na escuridão.
E só assim é possível dormir.
Odeio ter a mesma sensação estando de olhos fechados e de olhos abertos.
Desespera-me. E sei quão estúpido é.
Uma das experiências que mais me abriu os olhos pra isso foi quando visitei uma gruta.
Acompanhado de lampiões já me senti tenso e nervoso mas, quando os lampiões foram apagados, num exercício de "reflexão sobre a visão" [como disseram], foi uma coisa horrível pra mim.
Por alguns minutos fiquei ali, de olhos abertos, arregalados, na escuridão, sem conseguir visualizar nada. Desesperado, claro.
Depois desse evento, percebi o quanto isso mexe comigo. Antes, dormir de janela aberta era só uma mania infundada...
Talvez seja resquício do comum medo infantil aliada à posteriores sessões de filme de terror. Algo assim.
Não gosto da escuridão.
Sinto-me asfixiado. Aprisionado.
Esmagado por essa infinita massa escura.
Nessas situações, sinto sempre minha respiração acelerando... e falhando.
Tontura e uma ansiedade por enxergar algo que não consigo descrever.
Por isso, durmo sempre com um pouco da janela aberta, claro.
Tranquiliza-me saber que não estou preso na escuridão.
E só assim é possível dormir.
Odeio ter a mesma sensação estando de olhos fechados e de olhos abertos.
Desespera-me. E sei quão estúpido é.
Uma das experiências que mais me abriu os olhos pra isso foi quando visitei uma gruta.
Acompanhado de lampiões já me senti tenso e nervoso mas, quando os lampiões foram apagados, num exercício de "reflexão sobre a visão" [como disseram], foi uma coisa horrível pra mim.
Por alguns minutos fiquei ali, de olhos abertos, arregalados, na escuridão, sem conseguir visualizar nada. Desesperado, claro.
Depois desse evento, percebi o quanto isso mexe comigo. Antes, dormir de janela aberta era só uma mania infundada...
19.1.10
Visível Confusão
Soubesse eu lidar com tudo que me destrói, estaria eu mais feliz ou apenas mais consciente das coisas que perfazem meus pontos fracos?
Se entendesse décimos dessa visível confusão que presencio, seria eu capaz de colocar as coisas no lugar certo?
Se conhecesse meus erros antes de se tornarem realidade, seria eu prudente o suficiente para desviá-los ou inevitável a torná-los fatos?
Tivesse eu a certeza de meu viver, seria eu um tolo por sustentar tamanho egocentrismo ou seria eu um sábio por conhecer a arte de viver de um modo que desconheço?
Mistério.
As perguntas descomunais revelam respostas desconhecidas e, ao mesmo tempo, sinto que são banais.
Uma caixa de Pandora metaforicamente encarnada como um turbilhão de emoções difusas, preso, dentro de uma garrafa de vidro. Visível confusão estocada que toma a forma do recipiente que a protege (ou prende?).
Confusão, sim. Concordo plenamente.
Se entendesse décimos dessa visível confusão que presencio, seria eu capaz de colocar as coisas no lugar certo?
Se conhecesse meus erros antes de se tornarem realidade, seria eu prudente o suficiente para desviá-los ou inevitável a torná-los fatos?
Tivesse eu a certeza de meu viver, seria eu um tolo por sustentar tamanho egocentrismo ou seria eu um sábio por conhecer a arte de viver de um modo que desconheço?
Mistério.
As perguntas descomunais revelam respostas desconhecidas e, ao mesmo tempo, sinto que são banais.
Uma caixa de Pandora metaforicamente encarnada como um turbilhão de emoções difusas, preso, dentro de uma garrafa de vidro. Visível confusão estocada que toma a forma do recipiente que a protege (ou prende?).
Confusão, sim. Concordo plenamente.
15.1.10
Dia Mundano, Dia Fatídico
Ensolarado dia de inverno.
Dias em que o sol surge mas parece ligado numa voltagem menor. Menos brilho. Menos calor. Numa cadeira de madeira na varanda do décimo segundo andar, a moça observa a rua com um misto de tédio e interesse pelo mundano e desconhecido.
Seus cabelos negros esvoaçam com o vento, mas ela não liga.
Apenas com uma fina blusa preta, ela não se importa com o frio. Sua pele branca nem se arrepia com o vento.
O frio não a toca.
Um óculos de sol de grandes armações esconde os olhos da moça e é impossível dizer qual o objeto de sua atenção.
Sua cabeça pende languidamente em direção à rua.
Uma rua qualquer, no centro da cidade, da qual ela nem mesmo sabe o nome. Carros, motocicletas, ônibus, homens, mulheres, cachorros e crianças passam apressados de um lado para outro, mas ela apenas observa a todos.
A pressa não a toca e todos os outros não a observam.
Na esquina, um homem com um labrador de pêlo claro na coleira espera o semáforo abrir. O cão agitado fareja tudo ao alcance, parando por alguns segundos na placa de metal indicando o estacionamento proibido. A seu lado, uma moça também espera o sinal para atravessar a rua, com uma das mãos segura um celular contra o rosto, tentando com dificuldade ouvir o que dizem do outro lado da linha.
Realmente, é uma rua movimentada.
A outra mão da moça busca incansavelmente algo dentro da bolsa. Incrível a quantidade de objetos que pode caber dentro de uma bolsa de mulher. Mas não, a moça da varanda não deve estar olhando para eles, sua cabeça se virou lentamente e parece encarar dois homens no portão do prédio em frente, descarregando um refrigerador novinho, ainda dentro das caixas de papelão. Parece haver um problema.
Os homens discutem e um deles indica um enorme rombo na lateral da caixa. Por sorte, a altura da varanda do apartamento impede a moça de ouvir os gritos de ambos, ainda bem.
Não quer mais ouvir gritos.
De repente, ela parece se cansar de observar a rua.
Volta-se para a outra cadeira da varanda e pega uma bolsa preta de fechos prateados. Em poucos segundos, um maço de Carlton verde e um isqueiro materializam-se em suas mãos.
O vento sopra, frio, e apaga seu cigarro.
Duas, três, seis tentativas.
Desiste.
Com raiva joga tudo dentro da bolsa novamente e passa pela porta de vidro aberta entrando no hall do apartamento.
Tudo ali parece de última geração.
Tv de LCD de inúmeras polegadas grudada na parede, ao lado de um aquário quase tão grande, com cinco ou seis peixes dourados, flutuando de um lado para outro.
De frente para a tv, um grande sofá cinza de quatro lugares exibe as marcas da noite anterior. Uma garrafa vazia de vinho está tombada e uma pequena mancha do líquido escuro espalhada sobre uma das almofadas. Ao lado um celular está arrebentado, seu visor estilhaçado e algumas das teclas jazem ao redor.
Ela automaticamente agarra a bolsa novamente e retira o isqueiro e um cigarro. Acende-o e sente-se aliviada pelo vento ter ficado lá fora.
Senta-se então num canto do sofá, longe do celular e da garrafa vazia de vinho, encarando a tv desligada.
Um vulto aparece no televisor.
Sobressaltada ela se vira. E o tal vulto surge como um homem na entrada do corredor.
Os cabelos dessarumados, uma camiseta velha, um corte do lado esquerdo do rosto. Recente, muito recente.
Seus claros olhos castanhos encaram a moça, passando dos óculos escuros para o cigarro em sua mão.
"Importa-se de não fumar aqui dentro?", diz ele rispidamente.
"Está ventando muito lá fora e... e não consigo acendê-lo lá..." diz ela apressada, visivelmente assustada e resignada.
"Então não fume.", ele atravessa a sala e entra na cozinha, saindo das vistas da moça. Enquanto isso ela apaga o cigarro num cinzeiro sobre a mesa de centro da sala.
"Definitivamente é o que mais odeio em você", resmunga ele da cozinha. Sons de metais entrechocando-se chegam da cozinha mas a moça nada diz.
"Não sei como suportei por tanto tempo...", continua ele zangado, "Fumaça, o tempo todo..."
Algo de vidro se quebra na cozinha e um palavrão ecoa na cozinha.
"Fê... precisamos...", diz a moça parecendo ter reunido enorme coragem.
"Não, não! Não precisamos conversar porcaria nenhuma!", interrompe ele vindo da cozinha e parando sobre o portal. "Já dissemos tudo ontem à noite. Tudo!"
"Fê, não...", avança ela, com a voz já chorosa.
"Acho que já tá na hora de você ir embora", retruca ele impedindo-a de abraçá-lo.
"Chega, Cecília, chega!"
Cecília é afastada e encosta na parede, já chorando, apertando a bolsa contra o peito.
Os óculos impedem que seus olhos sejam vistos, mas as lágrimas escorrem por seu rosto, vermelho e úmido.
"Acabou, Cecília.", repete ele encostado ao portal. "Acabou no momento em que você começou a desconfiar de mim. Não deixa tudo mais difícil".
Ele morde o lábio superior e volta, ligeiramente hesitante, para a cozinha. Com uma vassoura ajunta os cacos de vidro espalhados pelo assoalho da cozinha.
Dois minutos depois (ou seriam vinte?) a porta do apartamento se abre ao longe, fazendo um leve ruído que ele mal perceberia se não estivesse prestando atenção em cada som vindo da sala.
Apesar de sua respiração ofegante, ele se esforça em ouvir algo mais.
Um soluço, um suspiro ou mesmo mais um choro. Mas nada mais acontece.
Nem mesmo o ruído da porta se batendo.
Dias em que o sol surge mas parece ligado numa voltagem menor. Menos brilho. Menos calor. Numa cadeira de madeira na varanda do décimo segundo andar, a moça observa a rua com um misto de tédio e interesse pelo mundano e desconhecido.
Seus cabelos negros esvoaçam com o vento, mas ela não liga.
Apenas com uma fina blusa preta, ela não se importa com o frio. Sua pele branca nem se arrepia com o vento.
O frio não a toca.
Um óculos de sol de grandes armações esconde os olhos da moça e é impossível dizer qual o objeto de sua atenção.
Sua cabeça pende languidamente em direção à rua.
Uma rua qualquer, no centro da cidade, da qual ela nem mesmo sabe o nome. Carros, motocicletas, ônibus, homens, mulheres, cachorros e crianças passam apressados de um lado para outro, mas ela apenas observa a todos.
A pressa não a toca e todos os outros não a observam.
Na esquina, um homem com um labrador de pêlo claro na coleira espera o semáforo abrir. O cão agitado fareja tudo ao alcance, parando por alguns segundos na placa de metal indicando o estacionamento proibido. A seu lado, uma moça também espera o sinal para atravessar a rua, com uma das mãos segura um celular contra o rosto, tentando com dificuldade ouvir o que dizem do outro lado da linha.
Realmente, é uma rua movimentada.
A outra mão da moça busca incansavelmente algo dentro da bolsa. Incrível a quantidade de objetos que pode caber dentro de uma bolsa de mulher. Mas não, a moça da varanda não deve estar olhando para eles, sua cabeça se virou lentamente e parece encarar dois homens no portão do prédio em frente, descarregando um refrigerador novinho, ainda dentro das caixas de papelão. Parece haver um problema.
Os homens discutem e um deles indica um enorme rombo na lateral da caixa. Por sorte, a altura da varanda do apartamento impede a moça de ouvir os gritos de ambos, ainda bem.
Não quer mais ouvir gritos.
De repente, ela parece se cansar de observar a rua.
Volta-se para a outra cadeira da varanda e pega uma bolsa preta de fechos prateados. Em poucos segundos, um maço de Carlton verde e um isqueiro materializam-se em suas mãos.
O vento sopra, frio, e apaga seu cigarro.
Duas, três, seis tentativas.
Desiste.
Com raiva joga tudo dentro da bolsa novamente e passa pela porta de vidro aberta entrando no hall do apartamento.
Tudo ali parece de última geração.
Tv de LCD de inúmeras polegadas grudada na parede, ao lado de um aquário quase tão grande, com cinco ou seis peixes dourados, flutuando de um lado para outro.
De frente para a tv, um grande sofá cinza de quatro lugares exibe as marcas da noite anterior. Uma garrafa vazia de vinho está tombada e uma pequena mancha do líquido escuro espalhada sobre uma das almofadas. Ao lado um celular está arrebentado, seu visor estilhaçado e algumas das teclas jazem ao redor.
Ela automaticamente agarra a bolsa novamente e retira o isqueiro e um cigarro. Acende-o e sente-se aliviada pelo vento ter ficado lá fora.
Senta-se então num canto do sofá, longe do celular e da garrafa vazia de vinho, encarando a tv desligada.
Um vulto aparece no televisor.
Sobressaltada ela se vira. E o tal vulto surge como um homem na entrada do corredor.
Os cabelos dessarumados, uma camiseta velha, um corte do lado esquerdo do rosto. Recente, muito recente.
Seus claros olhos castanhos encaram a moça, passando dos óculos escuros para o cigarro em sua mão.
"Importa-se de não fumar aqui dentro?", diz ele rispidamente.
"Está ventando muito lá fora e... e não consigo acendê-lo lá..." diz ela apressada, visivelmente assustada e resignada.
"Então não fume.", ele atravessa a sala e entra na cozinha, saindo das vistas da moça. Enquanto isso ela apaga o cigarro num cinzeiro sobre a mesa de centro da sala.
"Definitivamente é o que mais odeio em você", resmunga ele da cozinha. Sons de metais entrechocando-se chegam da cozinha mas a moça nada diz.
"Não sei como suportei por tanto tempo...", continua ele zangado, "Fumaça, o tempo todo..."
Algo de vidro se quebra na cozinha e um palavrão ecoa na cozinha.
"Fê... precisamos...", diz a moça parecendo ter reunido enorme coragem.
"Não, não! Não precisamos conversar porcaria nenhuma!", interrompe ele vindo da cozinha e parando sobre o portal. "Já dissemos tudo ontem à noite. Tudo!"
"Fê, não...", avança ela, com a voz já chorosa.
"Acho que já tá na hora de você ir embora", retruca ele impedindo-a de abraçá-lo.
"Chega, Cecília, chega!"
Cecília é afastada e encosta na parede, já chorando, apertando a bolsa contra o peito.
Os óculos impedem que seus olhos sejam vistos, mas as lágrimas escorrem por seu rosto, vermelho e úmido.
"Acabou, Cecília.", repete ele encostado ao portal. "Acabou no momento em que você começou a desconfiar de mim. Não deixa tudo mais difícil".
Ele morde o lábio superior e volta, ligeiramente hesitante, para a cozinha. Com uma vassoura ajunta os cacos de vidro espalhados pelo assoalho da cozinha.
Dois minutos depois (ou seriam vinte?) a porta do apartamento se abre ao longe, fazendo um leve ruído que ele mal perceberia se não estivesse prestando atenção em cada som vindo da sala.
Apesar de sua respiração ofegante, ele se esforça em ouvir algo mais.
Um soluço, um suspiro ou mesmo mais um choro. Mas nada mais acontece.
Nem mesmo o ruído da porta se batendo.
7.1.10
Um Dia De Cada Vez Nesse Novo Ano
Relutei, a princípio, de escrever algo sobre o ano novo por aqui.
Bom, quem me conhece ou já passou por esse blog alguma vez já sabe que não vou explodir de felicidades e desejos e realizações e etc, que nem aqueles absurdos (e idiotas) fogos de artifício de Copacabana.
Não.
Só quero falar do ano novo no que diz respeito ao trilhar que a vida tem me guiado.
As coisas, rotinas, pessoas, amigos, desconhecidos, trabalhos e obrigações se misturam e se confundem na minha cabeça em velocidade absurda e sim, queria mais férias.
Tive duas semanas de descanso que foram boas, mas eu queria mais.
Mas não, tinha que voltar.
"O dever chama" e obedeci o chamado.
2010 começou desse jeito.
Com o "dever" em primeiro lugar, mesmo sem ter a certeza sobre a legitimidade de tal dever, mas tudo bem.
Nem vou me estressar mais.
Eu vivo um dia de cada vez.
Bom, quem me conhece ou já passou por esse blog alguma vez já sabe que não vou explodir de felicidades e desejos e realizações e etc, que nem aqueles absurdos (e idiotas) fogos de artifício de Copacabana.
Não.
Só quero falar do ano novo no que diz respeito ao trilhar que a vida tem me guiado.
As coisas, rotinas, pessoas, amigos, desconhecidos, trabalhos e obrigações se misturam e se confundem na minha cabeça em velocidade absurda e sim, queria mais férias.
Tive duas semanas de descanso que foram boas, mas eu queria mais.
Mas não, tinha que voltar.
"O dever chama" e obedeci o chamado.
2010 começou desse jeito.
Com o "dever" em primeiro lugar, mesmo sem ter a certeza sobre a legitimidade de tal dever, mas tudo bem.
Nem vou me estressar mais.
Eu vivo um dia de cada vez.
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