17.12.09

Ânsia Irracional

Dizem que não se sai do lugar sem se conhecer a si mesmo.
Dizem que é impossível viver e fazer a vida dar certo sem saber do que você é capaz de fazer, capaz de sentir, capaz de suportar.
Dizem que quem não se conhece está fadado ao fracasso. Em todos sentidos que ele possa se realizar.

Creio ser a prova viva de que boa parte dessas coisas é verdade.
A pior coisa que existe é se surpreender consigo mesmo. Sempre dizem que dos outros devemos esperar "de tudo", mas de si mesmo, sempre sabemos como vai acontecer.

Mentira.
No meu caso, pelo menos.

Há uns tempos percebo que não sou o mesmo que era antes.
Ou pior, penso se só agora estou sendo eu mesmo, despindo-me do que eu parecia ser anteriormente. Não sei.
Só sei que não é algo agradável.
Uma solidão estranha me sufoca. Me impede de agir, de pensar, de ser o que, outrora, pretendia ser. Encontro-me sem a consideração que antes eu não me importava, mas que agora sangro em sua ausência, enquanto a alma grita, clamando por uma existência menos aterradora.
Sinto essa ânsia por algo que vejo perfeitamente em minha mente, mas que não consigo explicar em palavras nem atos.
Realmente não é nada agradável.
E não tenho a mínima idéia de solução.

Aguardo. Não me importo em esperar, não tenho anseios que demandem tempo.
Indefinidamente esperarei por uma resposta que talvez já possa ter, mas que não tenho tal conhecimento. Uma espera irracional, por algo que pode mesmo não vir.

Dizem que tudo depende de si mesmo, mas... e quando não existe tal capacidade de decisão. Não há a possibilidade de domínio sobre o próprio eu.

Descarto tais pensamentos com dificuldade e volto-me a esperar.
Segurando essa ânsia irracional por algo que nunca me pareceu vital, mas que, em meu novo eu, não consigo viver sem, e que pareço perder um pedaço de mim mesmo à cada exausto dia que passa.
Um dia tal conhecimento me será obtido, ou ao mesmo, conseguirei ficar tranquilo sem que precise saber tais respostas...

12.12.09

Pecados Infantes

Não fui uma criança muito legal.
Fato.


Lembro-me recorridas vezes de coisas absurdas que fiz na época que dizem ser a "mais doce" de nossa vida.
Tá, sou meio dramático às vezes. Mas lembro-me muito bem de algumas passagens não muito "iluminadas" da minha vida infante.

Algo que realmente pode ter feito parte da vida de demais pessoas foi aquela febre dos Tazos e outra figurinhas colecionáveis que transformavam nós, pequenos garotinhos e garotinhas, em vorazes e fulminantes consumidores de salgadinhos, chicletes, chocolates e outras coisas nada saudáveis.

Acho que desde cedo, sempre fui metido à esperto.
E sempre dava um jeito de passar a mão nos pertences dos coleguinhas. Mesmo não tendo grande valor, na época, aquelas figurinhas e tazos ERAM a nossa vida.

Sei que devia me arrepender por passar a perna tantas vezes, mas nem me arrependo não. (6) Afinal, todo mundo tentava se dar bem naqueles jogos e era daquele jeito: "um dia você se dá bem, no outro dia você se fode".
Rotineira vida infante.

Saudosos tempos daquela preocupação sobre quantos tazos você ia voltar pra casa no dia, ou quantas figurinhas você precisava ganhar pra se dar bem naquele dia.
Essas talvez sejam as lembranças mais nítidas da época que estudei naquele predinho.
Saudoso predinho.
Uma correria só pra descer pro recreio.

E cada dia era uma criança que se estabacava no chão.


E na sala, bem, nem me lembro direito.
Sei que era um bom aluno [isso ninguém duvida, certo? xP] e "não-sei-porquê" me lembro de certa vez, numa aula de Ciências Sociais, Ela se levantou.
Sentava do outro lado da classe. Veio andando até o lado da parede, onde eu me sentava e disse algo do tipo: "Ah, você entende essa aula. Vou estudar com você."

Acho que me inflei, talvez um pouco demais, vai saber... [hoje me conheço, né.. xD]


Não lembro se teve algum estudo ou foi só uma frase solta no ar ou mesmo se tal coisa realmente aconteceu...
Mas, às vezes, me lembro disso.
Ah, que saudade daqueles pequenos pecados infantes.

1.12.09

Ambiente Ritmado

Acordar às nove e ter preguiça de levantar. Ouvir uma canção do dia. Mais uma. Mais outra. E assim vai durante todo o dia.
Ir pra faculdade e encontrar poucas almas que te alegram. Sim, poucas. E não me venha com as amizades faladas, pois prefiro as amizades sentidas.
Sentar em bancos de concreto e tocos de árvore esperando o céu nublado despencar numa fina garoa que destrói teu frágil guarda-chuva. Cai, chuva, cai. Rápido e friamente.
Chuva que dura poucos minutos.
O abrir e fechar da sombrinha te toma mais tempo. Deixe-se molhar. Deixe-se sentir a água sobre a pele, umedecendo a roupa e os cabelos. Deixe.
O cheiro de terra molhada e um calor ainda mais intenso se elevam do chão, mas ninguém se importa. Pra que se importar?
Me importo comigo. Se importe com você. Eles irão se importar consigo mesmo.
E nada mais vai importar, e nem será necessário.
Esse ritmo lento me consome. E me dá novo alento.
Calmaria, onde? Quero ser levado pela tediosidade, mas monotonia me cansa e logo me cansarei de você também.
Entre a calmaria de uma laguna e um mar agitado só consigo lembrar dos malditos foraminíferos planctônicos, boiando no espelho d'água.
Ok, talvez eu seja mesmo um cabeça dura, mas quero aproveitar enquanto as ondas ainda conseguem me fazer flutuar. Quero sentir esse torpor até antes que o mar não possa me transportar e eu me aloje em algum canto desse caminho.
Até lá, sim, prefiro ficar nessa loucura movimentada.
Sem ela, não.

27.11.09

Crise de Fim de Semestre

Semanas tensas na faculdade fazem aflorar o melhor e o pior de cada um.
Isso eu aprendi no primeiro semestre de curso, mas ultimamente as coisas estão bem diferentes.
Acho que realmente sou bem desiquilibrado. Não é possível. haha
Meter os pés pelas mãos e depois ficar remoendo todos os acontecimentos e pseudo-acontecimentos do dia-a-dia...
Auto-controle nunca foi meu forte, porém, tenho me controlado bem mais que no passado. Não quer dizer que eu esteja melhor, penso que, pelo contrário, tenho estado pior. Não sei explicar, simplesmente.

Longe de mim dizer que estou mal devido aos aspectos acadêmicos.
Não. Esse semestre considero até que fui bem, mas algo tá errado e só agora tô começando a ver o que é.
Mas o que mais irrito comigo mesmo, no entanto, é minha eterna de expor isso pros outros. Reclamar mesmo. Sei lá, faz pouco tempo que me descobri tão dependente de outros, vulgo amigos.
É uma coisa estranha. Demais.
Mas não dá pra fazer nada além de viver e continuar vivendo [ou então 'live and let die', whatever].
Tento não surtar. Tento ver o lado bom, mas sempre tem algo que me faz ser... eu.

É, crise de fim de semestre aliada à desvios psicológicos.
Get me outta here!

23.11.09

Noite Perfeita

Noite do dia 21 de novembro. Chácara do Jockey, São Paulo.
A noite mais esperada do ano, show do The Killers.

Eu poderia descrever toda a sensação de tomar chuva por mais de cinco horas seguidas.
Ou dizer como é pular sobre um campo cheio de lama.
Melhor ainda, poderia dizer como é assistir a um show de uma banda muito foda à apenas uns 15 metros de distância.

Difícil mesmo seria descrever a sensação depressiva e vazia que fica depois que o espetáculo acaba. Apesar da felicidade e animação enfurnados dentro da memória, é impossível refrear o sentimento de 'quero mais'. Definitivamente impossível.
Só de relembrar poucos momentos, de canções que realmente mexem comigo, já me sinto meio zonzo, arrepiado...
"For Reasons Unknown" e "Smile Like You Mean It" bateram forte. Me quebraram. Me fizeram berrar, pular e acompanhar freneticamente. Duas das minhas favoritas.
Emocionante demais.

E não me considero capaz de descrever toda a energia do fim do show. Os versos "I got soul but I'm not a soldier" ecoaram mesmo depois que a banda já fazia sua primeira saída e ficaram até que eles voltassem para o encore.
E que chuva de papel foi aquela.

"When You Were Young" foi, então, finalmente executada, pra ser eternamente lembrada pro resto da minha vida, pelo menos.
Porque daqui a anos, lembrarei que quando eu era jovem tomei mais de cinco horas de chuva, sujo de lama até os joelhos, pra assistir um show perfeito.
The Killers!!

14.11.09

Cinco Temporadas Atrás

Há cinco temporadas atrás, essa série de acontecimentos que chamo de vida era outra.
O ritmo, o cenário, o estilo, o cabelo, as companhias, os valores, as idéias e ideais.
Tudo.

Cinco temporadas atrás, ainda havia uma certa inocência a rastejar por esse mundo perdido. Ainda havia algo que me prendia às pessoas com maior facilidade.
Ainda havia alguma coisa que me resguardava do mundo e seus perigos.
Perigos e tentações. Liberdades que apenas podiam ser visualizadas na imaginação.
Sonhos. Coisas de cinco temporadas atrás.

Cinco temporadas atrás, em sua última visita à esse mundo, Eros perdeu uma valorosa batalha e provocou a perda de seu bem maior.
"Bem Maior" - tão clichê.
O mundo mudou desde então.
As cores desbotaram e morreram para nascer novamente. As árvores e flores morreram e caíram mortas e secas ao chão para depois permitirem uma nova florada.
E como árvores reais, não surgem do dia para a noite. Foi necessário tempo e paciência, mas em cinco temporadas tudo pareceu se reerguer.
Não era mais o mesmo, mas no mesmo lugar tudo renasceu. Com certeza não era o mesmo, mas os resquícios de uma batalha sangrenta ainda podiam ser vistos.
E deveriam. Afinal, da dor de ontem evitamos os erros de amanhã.
A dor de cinco temporadas atrás provocou a responsabilidade de hoje.

Depois de cinco temporadas, a estrada de todo dia mudou.
Os pesados paralelepípedos que te deixavam tremendo ao andar de bicicleta na rua foram substituídos por uma larga camada de asfalto, extremamente quente em dias de sol, insuportavelmente lisos e ocupados por uma enorme quantidade de automóveis e outros veículos.
Os rostos, tampouco, não são mais os mesmos. E são muitos mais, com certeza.

Parece que o avanço exponencial do tempo trouxe muito mais do que novas experiências, foram muito mais contatos e pessoas que viveram o presente e se foram.

Ou viveram o presente e ainda estão presentes.
E, sinceramente, quero que nunca deixem de estar.


Mas há cinco temporadas, nada disso podia ser visualizado.
Havia apenas garotos e garotas. Idiotas no seu tempo, com futuros brilhantes e obscuros. Vidas interessantes ou bizarramente tediosas que preencheram temporadas de momentos ora incríveis, ora terríveis.

O mais estranho é o modo como as memórias costumam retornar ao presente e se configurar como um possível aviso do que está prestes a acontecer.

Tenso, não?


Pois, há cinco temporadas, a inocência foi deixada de lado e um caminho independente foi trilhado. Mas nada nunca fica independente para sempre, ou talvez fique e ninguém saiba, afinal, ninguém estará aqui para sempre.

O caráter de um ou outro personagens parecem se mesclar, nessa variação temporal do presente e passado, fazendo tudo mais confuso. A vítima nunca é só uma vítima, o carrasco nunca é somente um carrasco.
Como sempre dizem:
"Há Luz e Trevas em todos".

Há cinco temporadas atrás, nunca me colocaria a pensar tais coisas, em tempo algum.
A famigerada quarta dimensão realmente tem um poder assustadoramente real. Tenso.

2.11.09

Déjà vu Sentimental

Parece que a grande questão do destino das pessoas é encontrar os mesmos obstáculos e repetir os mesmos erros do passado.
Seria o ponto de equilíbrio entre a vida passada e a vida futura.

Algo que te permitisse evoluir e ser uma pessoa melhor (?), mais feliz (?) ou algo do tipo...

A pior coisa em cometer o mesmo erro duas vezes não é saber que você perdeu uma coisa que queria pela segunda vez, e sim saber que você foi ignorante o suficiente para não aprender da primeira vez o que a vida tentou te ensinar.

Creio que outra coisa tão pior quanto, é sentir novamente a frustração e a solidão de outrora que parece ressurgir mais forte e ressonante que na situação anterior.


Em momentos como esses nem tem muito o que fazer. Bola pra frente.

Levantar a cabeça e continuar a trilhar o caminho a frente, tomando um extremo cuidado pra não tropeçar na mesma pedra novamente...

30.10.09

Algo Raro

Uma coisa que andei discutindo muito ultimamente foi sobre os diversos conceitos e exemplos de amizades.
Como muitos dizem, só se dá o merecido valor das coisas quando elas não mais estão presentes.
Há tempos tenho os mesmos amigos de sempre, mas o tempo e o espaço inevitavelmente tendem a fazer seu trabalho.
Tudo se torna mais difícil e, querendo ou não, é preciso sempre encontrar novas companhias.

Acho que o mesmo problema que se visualiza nas relações amorosas na atualidade também podem ser vistas nas relações de amizade.
Muita gente não dá valor às coisas boas que podem encontrar em cultivar uma boa amizade, ou mesmo, podem chegar a "preferir" algumas amizades à outras.
Mesmo involuntariamente.

Uma coisa que sempre costumo fazer é superestimar algumas pessoas.

Alguns amigos que acabo por colocar em pedestais. Claro que os grandes e verdadeiros amigos, devem realmente ser considerados acima dos demais, mas a grande questão é saber quando tais pessoas merecem tal alcunha.
Isso não é um desabafo velado, por favor!!

Há algumas temporadas já aprendi a diferenciar os bons amigos dos demais, mas o fato é que tal situação volta-e-meia acaba por voltar à meus olhos.
Hoje, conheço bem quem são meus amigos, à tal ponto de, às vezes, a tal superestima ser bizarramente muito grande e eu realmente sentir aquela tal "inveja" ou "ciúme" ou outra coisa qualquer quando meus amigos estão na companhia de outros amigos.

Hoje sei, por experiência, o quanto uma amizade verdadeira é algo raro.

Enfim, como já ouvi certa vez: "amizades valem ouro, logo, são raras."

Acho que a frase não era bem assim, mas dá pra se entender, não??

24.10.09

Uma Semana

Boa parte do que dizemos pra nós mesmos, tentando nos autoafirmar e animar a si mesmo, quase nunca se materializa na realidade.
A semana acabou. E com ela a Semana também acabou.
Foi muito rápido, e ao mesmo tempo, muito lento.
Foi muito bom, e ao mesmo tempo, muito terrível.
É, nem era do meu curso. E me estressei muito.
Tava tudo fudido mesmo. E me estressei muito.

Tirando todo o assunto astrogeológico em pauta, que eu confesso ser fã absurdo, tudo o mais que rolou na organização do tal evento só me fez lembrar de algumas coisas:
- calor só me deixa mais estressado e insuportável que o normal;
- ambientes calmos me estressam;
- trabalho, produzo e rendo muito mais em ambientes agitados e estressantes;
- nunca mais devo ir numa churrascaria;
- nunca usar tirante de caneca;
- sempre lutar pela igualdade de alimentos em coffeebreaks;
- descobrir que meu limite de nível de café no sangue é bem mais alto do que eu supunha;
- posso dormir 3h por noite, durante 8 dias, mas não mais que isso;
- tô aprendendo a descontar raiva nas pessoas certas;
- tô aprendendo a levar esporros sem levar pro lado pessoal;
- e por último, mas não menos importante: descobri que falta pouco pra encontrarem caipirinha no espaço.
(6)

Depois de um evento cataclismático que nem esse, todo o resto parece pouco. Parece que o mundo tornou-se belo novamente com mais nada a se preocupar.
Claro que é apenas por alguns momentos. Logo, logo, achamos outra coisa pra nos ocuparmos. xD
Mas, por enquanto, fiquemos numa despreocupação.
=)

18.10.09

-Citação-

Amar é sempre ser vulnerável.
Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir.
Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve entregá-lo à ninguém, nem mesmo à um animal. Envolva-o cuidadosamente em seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife de seu egoísmo.
Mas nesse esquife - seguro, sem movimento, sem ar - ele vai mudar. Ele não vai se partir - vai tornar-se indestrutível, impenetrável, irredimível.
A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação.
O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e perturbações do amor é o inferno.

[C. S. Lewis]

30.9.09

There, There

As coisas sempre tomam seu rumo na hora certa.
Acho que chegou a hora de contar um episódio bizarro da minha vida nesse blog...

Muitos podem dizer que é besteira, mas uma das coisas que mais posso dizer que me marcou na minha vida inteira, até hoje, foi um sonho. Nem mesmo sei se posso chamar de sonho, acho melhor pesadelo mesmo.
E não era um simples sonho/pesadelo, mas um recorrente. Lembro-me de ter acontecido repetidas vezes desde que era pequeno, lá pela idade dos dez ou doze anos, acho.
Bom, lá vai...

O sonho sempre era o mesmo. Numa floresta na qual eu não enxergava nada colorido. Tudo estava em preto, branco ou em diversos tons de cinza, mas nada mais alegre ou iluminado que isso. As altas árvores pareciam velhas e parcialmente mortas sem o verde, e o céu carregado de nuvens cinzas. Um cenário aterrador.
Pois bem, lá estava eu. E não estava sozinho.
Eu tinha a nítida impressão de estar sendo observado. Sabem como é essa sensação? Conhecem essa intuição? Nunca está errada. Nunca mesmo.
Não via meu observador, pela simples razão de eu mesmo estar observando algo à minha frente, algo que se embrenhava pela floresta.

Não sei a razão, mas segui-a.
Sentia no fundo do meu coração que precisava alcançá-la, era uma questão prioritária. Aquela situação toda, vívida e bizarramente real, só tinha um objetivo: eu alcançar a criatura fugindo em minha frente.

Digo criatura porque em momento algum visualizei a tal "coisa" e até hoje não tenho a mínima idéia do que, ou quem, era.

Então, continuei perseguindo a criatura à minha frente.
À medida que avançávamos floresta à dentro, a criatura à minha frente parecia se acelerar, pressentindo que eu a perseguia avidamente. E pior: a outra "criatura", a que me observava, também me perseguia com determinação.

Era uma caçada dupla. Ao mesmo tempo em que eu me esforçava para alcançar a primeira criatura, corria desesperado para que a criatura de trás não me pegasse.
Tenso. No mínimo.


Depois de momentos simplesmente andando rápido, passam-se momentos com os três participantes correndo, um atrás do outro, desviando-se com cada vez mais dificuldade das árvores que crescem cada vez mais juntas, até que o caminho acabou.
De repente, as árvores acabaram e me vi numa imensa clareira, nos mesmos tons de cinza que todo o resto. Olho ao redor e vejo, ao longe, no limite da clareira, um tronco de árvore tombado ao chão. De certo modo, o tronco parece até mais iluminado que o resto do cenário.
Sei que a "coisa" que persigo está ali. Adianto-me apressadamente e vejo a árvore se aproximar, se agigantar, e então...
... sinto que a "coisa" que me perseguia me alcança. Tombo no chão e não vejo mais nada.

Simplesmente acordo nervoso.

Sonho recorrente, mas que [in]felizmente parou de acontecer já há tempos, mas a questão mais imprescindível da história toda ainda não foi dita.
Acho que todos conhecem RadioHead. Eu não conhecia muitas músicas deles, mas no acontecimento deles virem ao Brasil em março desse ano, entrei mais em contato. E foi aí que conheci a canção "There, There" e seu clipe.

Podem não acreditar [muita gente não acredita] mas fiquei em estado de choque quando assisti aquele clipe. É idêntico ao tal pesadelo! Idêntico, repito. As árvores secas, a floresta, os tons de preto-branco-cinza, o cenário lúgubre e solitário.
Fiquei abismado com tamanha bizarrice que procurei saber mais sobre o tal clipe.
Me dizem diversas coisas quando conto essa história.
Sim, foi impossível eu ter visto o clipe e ter ficado impressionado ao ponto de sonhar depois, pelo simples fato da música ser de 2003, época em que eu estava com meus treze, quatorze anos! E tenho o sonho quando era bem mais moleque, com uns dez como já disse...


Enfim, é só uma bizarrice da minha vida que já fazia tempo que eu já devia ter registrado nesse espaço.
Bom, pra terminar, tem que finalizar com o famigerado clipe, não? xD
There, There de RadioHead!
E até a próxima edição do "Sua Vida Bizarra"!
xD

"There, There" by RadioHead


*assistam no Youtube porque o vídeo não é autorizado pra Incorporação. Sim, eu sei: 'it sucks'.

23.9.09

Espelhos e Cortinas

Sorrisos enviesados e falas sem graça.
Que me fazem sorrir de volta enquanto, bobamente, complemento com palavras tão tolas ao nível do meu humor infante atual.

O meu olhar me trai, minha postura me trai, minhas palavras me traem.
Na real, uma traição que até admiro nas circunstâncias.
Apesar que não tenho lembranças de ter atacado tal coisa em momento algum.
Se me olhasse num espelho, riria de mim mesmo.
Com certeza.

Que faço eu se sou tão tolo a ponto de me deixar levar por qualquer brisa de sentimento?
Quando me lembro de resistir bravamente quando um furacão de emoções se aproximava?
Enfim, os ventos mudam de direção e as pessoas mudam de opinião.

As almas que nos rodeiam às vezes estão escondidas por espelhos resistentes ou suaves cortinas que se abrem com um leve toque do vento.
Cabe a cada um de nós tentar enxergar além de tais espelhos e cortinas, cada um sempre sabe o que vale a pena em uma alma que se cruza o caminho.
E em uma das várias almas que passam pela sua vida, pode ter um amigo.
Ou algo mais.

20.9.09

Noite Insone, Mente Insana

Sempre me acontecem tais noites assim.

Noites em que me sinto morto e é impossível querer ou conseguir dormir, ou até mesmo em alguns casos, nem mesmo pensar que isso pode acontecer.
Mortos não dormem, apenas jazem imóveis enquanto o nada reina absoluto.

O extremo cansaço, no entanto, supera [e muito] a ausência do sono e mesmo que meu corpo se deite estático, minha mente continua a gritar solitária, em mais uma noite perdida.

E assim tudo continua, ao passo em que a madrugada se esvai e os dias se seguem insistentes, porém, no mesmo clima estático de tais noites em estado de alerta.

Quando o sono não vem, o insano insone toma conta...

8.9.09

Passado Dependurado

O sol já havia nascido há horas mas dentro daquele pequeno apartamento tudo ainda permanecia escuro. Poucas e pequenas aberturas na janela de metal estendiam feixes de luz sobre as partículas que voavam pelo quarto. Um espetáculo à parte.

Um cheiro acre vindo do último filme fotográfico jogado ao fogo ainda persistia pelo local mas ele não se importava. Parecia até apreciar aquele cheiro.
Havia apenas três cômodos naquele apartamento. Dois quartos e uma sala-cozinha.
E por todo lado podia-se ver um nível acentudo de bagunça.
Um amontoado de roupas jazia sobre um sofá de couro preto no canto da sala, ao lado de uma pilha de envelopes pardos visivelmente cheios e lacrados. De frente ao sofá ficava uma pequena escrivaninha e uma cadeira, onde ele estava.

No menor dos quartos havia apenas uma cama desarrumada e um armário entreaberto que deixava visualizar as poucas roupas em seu interior.
No quarto maior, em diversas direções e em todas paredes, havia vários fios de barbante estendidos, todos com diversas fotografias dependuradas exibindo um passado iluminado e atualmente impensável.
Num pequeno balcão encostado à parede estavam diversos outros filmes que escaparam de ser incinerados.

E ali, na sala, estava ele, sentado naquela cadeira de madeira reta de frente à escrivaninha, havia horas. Em uma das mãos segurava uma folha.
Uma carta. Uma última carta.
Na outra mão, um cigarro aceso. E não seria o último.
Um cinzeiro sobre a mesa já estava cheio, mas nada mais importava.

A ausência dela perfurava-o como uma lâmina em brasa.

O jovem sorriso dela ainda resplandecia através de várias das fotos penduradas. Alguns ainda juntavam-se ao seu perfeito par de olhos escuros. Outros vigoravam dominantes e solitários sobre toda a fotografia.

Muitas daquelas fotografias eram literalmente pedaços de sua alma de outrora que materializavam os sonhos de um passado não tão distante. Sonhos que pareciam tão certos e ao mesmo tempo felizes demais para se tornar realidade.

Mas tornaram-se, mesmo que por algum tempo.

O cigarro acaba, assim como sua leitura da carta.
Nem se lembra quantas vezes a releu, mas ainda assim permanece com ela nas mãos.
Ele recosta-se à cadeira e larga o toco do cigarro sobre o cinzeiro. Pega então um rolo de filme sobre a mesa e se levanta.
Alguns passos e está no quarto com as fotografias penduradas.
Seu olhar as percorre rapidamente e se detém em uma determinada fotografia.


Dois rostos cortados pela metade exibem grandes sorrisos e ao fundo um horizonte de uma praia. O céu e o mar contrastando em diferente tons de azul mas quase se fundindo.
A arte em si não está perfeita, mas sem dúvida é a melhor fotografia ali.
Seu olhar mantém-se sobre ela por mais alguns momentos e então, como se despertasse de um sonho ruim, ele balança a cabeça rapidamente.
Estende então uma das mãos sobre os olhos úmidos e a outra sobre a bancada, depositando o filme que estava nas mãos.

Num rápido movimento, ele se vira e corre até a sala, parando defronte a escrivaninha que havia deixado há poucos momentos.
A carta ainda está lá.
Assim como seu maço de cigarros e o cinzeiro absurdamente cheio.

Suas mãos automaticamente agarram-se à folha de papel, que de qualquer jeito ele enfia dentro do bolso da calça e ruma para a porta correndo.
A última corrida. A última chance.

31.8.09

Kody

"Kody se sentou naquela avenida e colocou seus pés pra ouvir o som da barulhenta avenida.
Ele viu a luz sumir por entre os cacos de vidro e pensou: "Eu não tenho razões..."
Assim que foi e assim que ainda é.

E agora está claro para todos nós.
Nós mantemos esse punhado de sonhos despedaçados e os exibimos quando precisamos deles por perto.


Então, por favor, me passe a garrafa, acho que estou sozinho agora...

E, por favor, me dê uma direção, acho que a dor começou

E eu não sinto nada...


Há uma dobradiça que range no portão dos fundos que nos permite saber quando ele chegar.
Mas, tanto faz, eu não durmo bem mesmo.
E se você nunca ouviu o silêncio, ele tem um som horrível.


Então, por favor, me passe a garrafa, acho que estou sozinho agora...
E, por favor, me dê uma direção, acho que estou desmoronando

E eu não sinto nada...

Eu não sinto nada, não, nada...


Não há nada de bom para se sentir por aqui.
Não se deite assim na avenida.

Eu poderia dirigir, mas leva tanto tempo pra se chegar lá.

Não saia de perto dos cacos de vidro, da cena do cadillac...

Bem, eu tenho visto muitas coisas boas morrerem e estou muito emocionado agora...


Então, por favor, me passe a garrafa, acho que estou sozinho agora...

E, por favor, me dê uma direção, acho que a dor começou

E eu não sinto nada...


Então, por favor, me passe a garrafa, acho que estou sozinho agora...

E, por favor, me dê uma direção, acho que estou desmoronando...

Mas isso não é nada...
"

[Num dia que o Rob Thomas respondeu um tweet meu, nada melhor do que uma bela composição dele por aqui. Kody do Matchbox Twenty, difícil dizer, mas acho que uma das que mais gosto deles.]

26.8.09

8 ou 80

Sempre é assim.
Dois lados sucedem-se. Dois jeitos se trocam.
Coisa doida, admito.
Mas, às vezes, nego até a morte. Talvez além da morte.


Cara de poucos amigos ou uma incapacidade de parar de rir.
O mp3 largado no fundo da mochila ou grudado às orelhas no volume máximo.
O sol brilhando à pino ou a chuva molhando teus ossos.
Um otimismo em cada olhar ou um sentimento suicida em cada ato.
Um apaixonado até a última gota de seu sangue ou um ser semi-morto apenas de passagem pela vida.
Uma pessoa que te ajuda até você implorar pra que vá embora ou alguém que te despreza pelo simples fato de respirar na sua frente.


Um extremismo pessoal. Um vício impregnante até a alma.
Uma obsessão virtuosa que te faz andar, de olhos vendados, numa corda bamba sem nenhuma rede de segurança por baixo.
Ou com duas redes. Por mim tanto faz.

É, tudo ou nada.
Sempre.
Quem me entende? Eu não, com certeza.

17.8.09

Imagens Embaçadas

Era uma baderna. Gritos, vivas, comemorações.
Rodas separadas de garotos e garotas enchiam a calçada e parte da rua, atrapalhando o trânsito, mas ninguém se importava.
Era realmente uma baderna.

Sujos dos pés à cabeça, os trinta e poucos novatos tentavam se reconhecer e conversar poucas palavras com os demais.
E, ao mesmo tempo, diversas outras pessoas os importunavam e exerciam o "poder merecido" sobre aqueles que ainda eram "reles iniciantes".


Mal me lembro das vozes e rostos felizes daquele momento.
Surgem em minha mente como imagens borradas, através de um espelho embaçado ou vozes cheias de ruídos como num rádio mal sintonizado.

O tempo se encarrega de te fazer focar no presente e delegar um ínfimo espaço da memória para se encaixar na posteridade.

Lembro-me mal e mal dos poucos ao meu redor.
A tinta secando à pele, o gosto de terra na boca, a lama escorrendo por dentro da camiseta.

Camiseta essa que joguei fora, ainda bem que não gostava tanto assim dela.
Realmente, era ridículo.
E ao mesmo tempo não parávamos de sorrir, mesmo contrafeitos e receosos com as coisas que se seguiria.

E então, um dos indivíduos atacantes segura-me pelo pulso e me puxa. "Ah, você vai conhecer suas companheiras de turma", diz ele com um sorriso maldoso. "Lá vêm...", imagino.
A roda se aproxima e as garotas se viram, tão sujas e destruídas como eu ou qualquer um dos outros rapazes, porém com os mesmos sorrisos tolos no rosto.
Mas o fato da falta de cabelo me deixa mais inseguro que o normal.
E isso já me basta.

Apresentam-nos e depois de uma curta troca de palavras, sinceramente, não gosto da primeira garota e o "tal indivíduo" me empurra pra segunda.
Uma rápida conversa engrena, passando por cachaças e pessoas de lugares longínquos, e uma simpatia aparece...
Mas na hora nunca damos atenção à isso, não é mesmo?
Só depois que o tempo age, os pequenos fatos de algo mais grandioso se delineiam, mostrando detalhes mal compreendidos, erros valorosos e virtudes absurdas.
Mas tudo, com certeza, já estava lá... por detrás de imagens embaçadas.
E só então, sim, nos prendem a atenção.

[Reminiscências vêm e vão em minha mente com uma velocidade e significado aleatórios, mas sim, é mais do que baseado em fatos reais.]

16.8.09

Fora do Lugar

Estranho quando você percebe que as coisas estão do mesmo jeito de sempre mas você não se sente do mesmo jeito em relação à elas.
Isso acontece em relação à tudo: às aulas, à faculdade, aos amigos[as], namorados[as], simples coisas quaisquer que cruzam seu caminho todo dia e mesmo absurdas coisas que não acontecem com frequência.
Tudo
.


Parece que arrancaram seus olhos e colocaram outros no lugar.
Outros olhos que têm uma opinião e experiência totalmente diferentes das que você estava habituado.

Sempre achei que me adaptava muito bem à mudanças, e de certo modo até aprecio estar sempre em mudança, pra não permitir que o infalível tédio sobreponha-se sobre a vida.
Mas às vezes as coisas não se encaixam direito.

É inútil reclamar, mas as coisas realmente estão fora do lugar.
Não sei se sou só eu, mas pra todo lugar que olho vejo o "errado" e totalmente fora do meu alcance.
Meio complexo e absurdo demais [tenho consciência disso], mas não consigo não pensar nisso...


Estando no fim das férias, creio que seja apenas um absurdo vendaval que tenha passado pela minha cabeça, anunciando o começo de mais um semestre.
Mas fica a dúvida, e se não for
"coisa à toa"?
É,
ignorance is bless.

11.8.09

Vida.mp3

É sério.
Sei que não sou o único.
Muitos por aí tem a trilha sonora da própria vida.
Muitos por aí andam pelas ruas ouvindo suas músicas favoritas e cantarolando pela rua.
Muitos se empolgam com uma música perfeita pro seu momento e andam animados pela rua, sorrindo para o horizonte.
Sorrindo, pulando, cantando alto e errado pela rua.
E o mp3 no ouvido.

Cada temporada da vida tem uma música.
Uma trilha sonora.
De uns tempos pra cá organizei essas temporadas, temporalmente falando.
Minha quinta temporada está à todo vapor.
E quem faz parte dela?
MGMT. Conor Oberst. The Kooks.
Peter Doherty. The Killers.
E o retorno de Rob Thomas e Matchbox Twenty pra voltar a dar mais sentido à minha vida.
Enfim... Tô muito bem acompanhado.

A temporada passou pela primeira parada.
O exato meio da temporada: Julho.

Depois mais seis meses e acabou. Passa muito rápido.
Mas uma boa trilha sonora deixa tudo melhor.
Até mesmo essa rapidez.

É isso aí, ligue seu mp3, bote os fones no ouvido.
Coloque na sua música do momento.
Ajuste no volume máximo.
Fique surdo.
Mas curta a sua temporada atual da vida.

*foto by IvanRyuji mesmo.

9.8.09

Explosão 2

Mantendo o assunto em pauta no blog [ãhn?] deixo a seguir uma composição que curto demais e tem tudo a ver com o tal momento de "explosão", mudanças etc e tal.

Creio que já comentei por aqui sobre essa banda: Terceira Edição.

Um som gostoso de se ouvir e com faixas bastante contagiantes, enfim, quem me conhece sabe como eu dificilmente curto bandas nacionais, sei lá porquê, mas Terceira Edição vale a pena.
Realmente.
Segue então "O Novo Segundo"!
[Não achei nenhum vídeo decente com a música, mas no meu Last tem! xD]




Se o passado é passado e o presente dói
O futuro é cheio de promessas
Um quebra-cabeça sem uma peça
Incompleto em sua explicação

Destino foi dito, e eu não fico calado
O futuro é um presente do passado
Do qual eu não serei escravo
E sim, o centro da nova explosão!

E o que vai acontecer quando tudo tiver fim?
Poucos sabem escutar
Muitos não deixam sentir...
Sentir... Sentir.... Sentir!!

7.8.09

Explosão

Quando as coisas vão bem é difícil esconder.

Algo explode dentro do peito.
Uma vontade de gritar. Berrar.
Cantar sua música favorita do momento à altos brados pela rua, sem se importar com mais ninguém.

A parte mais visível de tudo isso é a incrível incapacidade de se ficar de boca fechada.
Tá certo que em alguém que já fala demais [que nem eu] isso é mais difícil de perceber, mas ainda assim, é perceptível.
Qualquer pessoa que apareça se torna um amigo de infância.
E os verdadeiros amigos se tornam ouvintes cativos de algo que eu sei que os cansa demasiadamente.

Nem sei como descrever direito. É como se um balão de ar te inflasse e te deixasse flutuando e com o pensamento à mil e ao mesmo tempo em câmera lenta te mantivesse num estado de torpor totalmente consciente de seus atos.
Confuso, não?
É, eu disse que é difícil de explicar.
E olha que me considero bom pra caramba com as palavras!

A única coisa que sei que explica muito bem toda essa situação é: Explosão.
Algo explodindo dentro do peito.
Enxergo tudo explodindo devido à agitação.
Me vejo explodindo se não desacelerar.
Coisas do tipo.
E explodindo.

7.7.09

The Tide Is Turning, Turning Us Away

Desventuras e tensões do fim de temporada.
As horas passam devagar como em câmera lenta.
Uma música toca ao fundo
E você sabe que ela é direcionada pra você.
A melodia diz que as coisas estão virando,
Se modificando, já que você mesmo já é outro.
E tudo já é diferente.

Os olhares se concentram numa única cena final

Que ainda espero.
E continuarei esperando até o momento certo.

Vislumbres de um futuro que conheço
E flashes de um passado que esqueci.
Caminhos entrecruzados que levam à lugares privados
E de proprietários egoístas.
Placas indicam que o começo é o fim
E o fim é inalcançável.
Desista.

Não sei se é bom ou ruim
saber agir da maneira "certa"
quando se quer desesperadamente o "errado".
Mas a estrada continua
E eu idem.
Sempre.

*trilha sonora: Tabitha's Secret com Forever December.

1.7.09

Back Where I Belong [maybe]

Nas últimas semanas fui até a grande metrópole brasileira: São Paulo.

Depois de um certo medo inicial de enfrentar esse verdadeiro monstro urbano, tudo pareceu correr mais fácil do que aparentava.
E realmente foi fácil. hehe

O objetivo pra se ir à Sampa?
Um show do The Kooks. É, eu fui! ehauiehauieuieauieuieiaheuhaehaeuiheuihauihaeuhaeuihuae [estou seriamente desequilibrado psicologicamente devido à esse e outros fatos, mas continuarei a postagem]

Andar de metrô foi algo que eu estava esperando muito.
E ao mesmo tempo que se mostrava algo tão simples, causava-me uma sensação extremamente interessante e nova.
Afinal, por ter nascido em Sampa devo ter percorrido metrô com a idade de um ano, e agora, dezenove anos depois, boto meus pés por lá de novo.

É até meio poético. ehauiehihaeuiaheuiaeheaeuauiaehaeahehuiea [eu disse...]


Pude presenciar também a tal correria que todos comentam da
Grande São Paulo.
Tanto no que diz respeito à ser empurrado pela multidão das estações de trem e metrô, quanto ao momento em que eu mesmo estava andando apressadamente, sendo que não havia a menor necessidade.

Se já sou acelerado normalmente, acho que em Sampa encontraria o tal "habitat" perfeito. Correria alucinante o tempo todo e que [o mais importante] que nunca dorme! xD [esboço de uma futura meta? quem sabe né...]

Outro fato alardeado por minha mente fértil foram os
arranha-céus.
Arquitetura é uma das coisas mais incríveis do mundo.
Todos aqueles elevados edifícios reluzindo com seus vidros ao sol.
Enfim, coisas simples [ou não] que me atiçaram a atenção nesses dias paulistanos.


Uma coisa que posso confirmar depois disso tudo, é o que um amigo disse: "a vida depois dos vinte é outra", parece até excepcionalmente bobo relacionar isso à uma "simples" viagem, mas são esses "simples" fatos que constituem a vida que temos, né?
O fato é que dia 19 [dia perfeito] foi meu
primeiro show e nada melhor do que boa música pra começar uma nova década de caminhada! xD

27.6.09

movimento. e evolução.

Olhos vidrados. Cabeça baixa. Boca seca.
Respiração ritmando sob seu peito.
Ouvidos ocupados com o mp3.

O pensamento frenético. O mesmo pensamento recorrente.
A mesma assombração a atuar.
Um diferente sentimento a vingar.
Ou apenas um novo jeito de se visualizar.

Passos rápidos. Conversas triviais.
Letras passam pelo olhar. Avisos surgem do nada.
Mas não permanecem.
A mente voa.

Um aperto na garganta.
Uma troca de olhar. Um desconforto no ar.
Palavras definem o mais difícil.
E então, é hora do tempo agir.

E ao mesmo tempo surgem o novo e a lição de outrora.
O tempo atrasado parece se corrigir.
E através do destino se concilia numa perfeita harmonia.
Harmonia que parecia extinta.
Mas que se desvela e brilha em meio à confusão do presente.

25.6.09

U N K NO W N

Destino é algo que você sente.
Os sinais aparecem em sua frente e você os enxerga e interpreta, se quiser.
Ou se conseguir vê-los. Ou se acreditar que eles podem estar ali.

O desconhecido gere nosso mundo
e as poucas coisas que nos fazem sentido estão muito próximos de nós.
Ou melhor, apenas dentro de nossas mentes.
Um grão de areia de sapiência no meio de um deserto da mais pura ignorância.

Karma pode-se dizer também.
A insistência dos fatos te guiarem sempre pra um ponto convergente.
Ou pra um caminho delimitado.

Fato é que o destino está ali.
Se você não o enxerga, não pode desfrutá-lo
e poderá ficar com seu bom e velho livre-arbítrio e seu vigilante subconsciente.


~~ Como sempre, as coisas mal fazem sentido por aqui nesse blog,
mas o fato é que o sentido depende do seu ponto de referência,
então no meu ponto de referência, tais palavras encaixam-se de um modo mais que perfeito
e apesar de tudo de ruim que possa acontecer ou estar acontecendo,
chuto tudo pra cima e boto minhas fichas nesse troço chamado destino.
Mesmo sendo intangível, invisível e totalmente subjetivo. ~~
xP

23.6.09

Irreal

É irreal sentir uma dor que você julgava extinta.
É irreal encarar o futuro sem a perspectiva de seu passado.
É irreal se colocar no lugar de outro quando nem mesmo como nós mesmo conseguimos fazer o que é certo.
É irreal possuir tais sentimentos inúteis que possuem uma vida útil curta e descartável.
Irreal.
Irreal pensar que as coisas sempre acabam bem.
Irreal acreditar em algo bom quando o mundo se despedaça em suas mãos.
Mesmo que esse momento já tenha ocorrido mas você não tenha tido forças para reerguer algo qualquer.
Irreal sentir um aperto no peito por algo que já está morto.
Irreal dizer que o tempo cura tudo antes que o tempo aja por algum tempo.
Irreal pensar que a felicidade é algo alcançável.
Irreal pensar no futuro e denegrir o presente.
Irreal pensar no passado e esquecer do presente.
Irreal não viver o presente.

20.6.09

Kooks!

19 de junho, São Paulo. Show do The Kooks.

Posso dizer que foi uma das melhores e mais agitadas noites da minha vida, sem a menor dúvida.
Um show espetacular. Um set list perfeito.
Quando conheci os Kooks há uns dois anos atrás não poderia dizer que eles seriam o primeiro show que presenciaria, e muito menos que seria um show que curtiria absurdamente do jeito que curti.

Como eu já disse, um set list incrivel, perfeito mesmo.
Com "Ooh La", "Naïve" e "Shine On", principalmente, foi possível ouvir o imenso coro de vozes acompanhando o vocal de Luke.
"Do You Wanna" fez a galera pegar fogo e a sombra das moças dançando deu um ar surreal à música. xD

Além dessas, "Sway" e "Stormy Weather" me impressionaram pessoalmente. Minhas preferidas com grande destaque! Mal acreditei quando estava lá ouvindo-as ao vivo!
Nos setlists anteriores elas não constavam e eu evitei de procurar o setlist brasileiro, afinal, gosto de surpresas. =P
E tive das grandes!!

"Seaside" à pedido do público, fez a casa vir abaixo.
Coisa de louco mesmo. A mais foda, de longe.
Em "Rainbow" e "Princess Of My Mind" a apresentação foi mais sussa, muita gente parecia que nem conhecia essas duas.
E no lugar em que eu estava, eu era um dos poucos que cantou junto. xD

Já no fim, com "See The Sun" e "Sofa Song", tanto o público quanto os próprios Kooks pareciam ter se empolgado além do limite esperado, chegando ao ponto do Luke avançar sobre a platéia vip e ser puxado de volta pelo segurança. =P
Depois disso, devido toda a agitação ainda levou um tombo no palco.
Nada de mais, claro. Mas foi memorável.
Grande Noite!

Foi tudo muito rápido. Passou muito rápido.
Podiam ter tocado a discografia toda né? Dois cds, e o público iria à loucura, definitivamente, mais do que já estava. hahaha

Depois do show, na companhia do Rafa', ainda andamos pela grande metrópole paulistana [até um ponto de ônibus xD] e fomos pra um bar/balada absurdamente interessante.
Ambiente muito estiloso, músicas de nosso gosto e, claro, uma cervejinha esperta.
Ainda volto naquele lugar!

Mais do que nunca tô gostando de São Paulo!

18.6.09

Addicted

Ha, a pior coisa que existe é acordar sentindo-se mal.
Pior ainda é se o sentir incluir características de ressaca.
E mais pior ainda [se ainda é possível] se você não tiver bebido nada na noite anterior.


Dizem que deve ser cansaço, e acredito que tenho que concordar.

Provavelmente é a luz de notebook que ainda não estou acostumado, ou talvez sejam as exaustivas horas no pc haha xD

Esse vício tá demais já, nesses dias em que comer e dormir deixam de existir e só se dedica tempo à essa atividade viciante.

É, tá crítico o negócio.
Relegando tudo pro segundo plano pra ter essas horas nas quais fico ali sentado.

Tá na hora de dar um jeito nisso, né...
Infelizmente. Ou não. =P

Amanhã tem The Kooks!! Meu evento mega-blaster esperado! xD

12.6.09

Casamento . [ponto]

Semana passada, fui num casamento.
Casamentos são eventos singulares. Assim como festas de aniversários são datas que são pontualmente definidas para um propósito pré-definido.

São datas em que parentes, amigos, muitos conhecidos e [diversas vezes] inúmeros penetras desconhecidos, surgem e se juntam para o tal evento: matrimônio.

Tal palavra atiça a mente das pessoas de diversas formas, desde aquelas mentes sonhadoras [especialmente femininas] que idealizam todo aqueles espetáculo, até aquelas idéias de fugas mirabolantes e total aversão à esse acontecimento.

Na ocasião do casamento que fui, estava eu, com a mente totalmente viajante, mesclando a tal cerimônia da igreja com diversos pensamentos esvoaçantes dentro da cabeça.

Lembro-me de como o tal padre falava, e alto.
E eu agradecia por ter me posicionado bem longe das caixas de som. Afinal, se vai falar alto, pra que microfone, né?

Quando os padrinhos, o noivo e a noiva entraram, foi a vez de eu me perceber notando a trilha sonora do evento.

Bela trilha sonora, por assim dizer.
Quem se lembra de
"Can you feel the love tonight" com Simba e Nala namorando no lago da floresta? [Enquanto Timão e Pumba observavam tudo de dentro do mato xD]
Marcante essa cena né? Pelo menos pra mim sempre foi.

Além dessa, uma outra clássica, foi
"She", do também clássico filme "Notting Hill". Falar o que mais né?
Pra variar, enquanto as músicas rolavam, percebi que as músicas perfeitas pra tal momento, pra mim, seriam:
Perfect Sonnet do Bright Eyes, Bittersweet Symphony do The Verve e do HallelujahJeff Buckley.
Não dá pra explicar a escolha.
Essas coisas simplesmente
se sente.

Enfim, uma das partes do evento que mais me prendeu a atenção foi quando o discurso desenhou-se na direção de um assunto que sempre insisto em discutir: destino.
O encontro, o amor entre os noivos estava, de acordo com o discurso do padre, realmente, predestinado por Deus.
Um destino infalível que faria o noivo se casar com a noiva.
Duas pessoas destinadas.
E ponto.

Isso reaviva muitas discussões que tenho mais do que a freqüência normal por aí haha

A tal
inevitabilidade do amor também não ficou de fora dos comentários do sacerdote, a tal força que "pode" tudo contra tudo.
Nada é maior que o amor blah blah blah

Não que seja totalmente insensível de minha parte, mas toda essa
megalomania me parece exagerada e, por certas vezes, falsa.

Enfim, creio estar falando sobre coisas que não conheço profundamente...

Pra terminar, casamentos, além de terem o poder de te fazer pensar nisso tudo, também te oferecem uma oportunidade de ir numa
festa.
E isso deve ser o fator mais considerado por boa parte dos convidados...

No fim da festa, só me resta uma pergunta na mente inquieta:
Quem será o primeiro dos meus amigos a casar pra eu poder ir em outra festa, hein? =P

10.6.09

LOST, pra variar...

Através das noites com a demora usual pra dormir, o excesso de pensamentos torna-se minha companhia impossível de deixar de lado e, numa delas, creio que finalmente descobri porque gosto tanto de LOST.

É pelo fato de todos aqueles personagens viverem sempre pelo presente, tendo que abrir mão de seu passado [libertando-se também de sua influência] e desconhecendo totalmente o futuro.
Futuro esse totalmente incógnito para a maioria, e é essa incerteza que move algumas pessoas ao mesmo tempo que aterroriza outros.

De modo geral acabo por sempre lembrar de uma frase que Ben Linus disse para John Locke na temporada 4: Destiny is a fickle bitch.

Um lugar paradisíaco e realmente assustador. Mas que, conhecendo-se a si mesmo, descobre-se que tudo pode e vai dar certo.

Um lugar isolado de todo o resto do mundo, uma
ILHA, na qual a única coisa que se importa é o que você é.

E não sua profissão, o que veste, o que usa ou compra, ou quanto dinheiro tem.

Apenas você mesmo.


Seus valores.
Suas qualidades, defeitos e atitudes.


Viver.
Apenas sobreviver.

Mais do que nunca queria estar naquele lugar.

5.6.09

20 - Duas Décadas

Muita coisa muda em vinte anos.
Cidades surgem; árvores alcançam alturas consideráveis; continentes se movem alguns centímetros; toda uma geração deixa de existir, e dá espaço à outra; a luz percorre ínfimo espaço através do universo; ideais nascem e morrem; personagens ficam eternizados na História.
Vinte anos são [pra não deixar de usar clichês] uma vida.

É quase como um costume refletir sobre a própria vida nos dias de aniversário, mas acho que na realidade, nem preciso mais disso.
De uns tempos pra cá, as coisas têm seguido de uma forma tão rápida, que parar pra se refletir sobre o passado te faz perder tempo no que poderia estar sendo feito no presente.
Não que eu tenha deixado de pensar no passado! Longe de mim... mas o fato é que me prendo bem menos à ele agora.

Alguns meses antes de chegar à data fatídica dos "vinte", lembro-me de ter reclamado muito à respeito com alguns amigos. O fato da roda do tempo ameaçar à todos e como estamos reagindo quanto à isso, sempre atormenta nossas cabeças e comigo não foi nem um pouco diferente.
Mas, pra minha sorte, tô lidando muito bem com a idéia de entrar em uma nova década.
Ao mesmo tempo em que "todos" esses vinte anos parecem não ter servido de nada e não se concretizarem em nenhum progresso visível, sinto que esses "poucos" vinte anos já me proporcionaram situações e momentos incríveis e marcadamente memoráveis.

Uma das coisas que considero mais importante, em todo esse "seriado" da minha vida, é o fato de eu finalmente me posicionar como sendo o "personagem principal" dela. Às vezes, determinadas épocas de nossas vidas nos fazem esquecer disso e desde que "me toquei" disso, tenho dado o meu máximo para permanecer sendo o "centro do meu mundo".
Sei lá, não consigo expressar isso inteligivelmente através de palavras.
Talvez alguém entenda [ou não].

Enfim... 20 anos, quem diria, hein?

30.5.09

Cotidiano Bizarro No Shopping

Num desses dias de fim de semana, em que me dedico a fazer nada, estava eu no shopping, apenas andando quando alcancei a famosa lojinha. Antro dos nerds e aficcionados por HQs e outros itens dessa mega-subcultura de entretenimento que engloba de Cavaleiros dos Zodíaco à Senhor dos Anéis, e de Pokemon à X-Men... a Terramédia!
Sem querer parecer que estou fazendo merchandising hein!
Daí, enquanto estava eu observando profundamente aqueles belíssimos e caríssimos itens que provavelmente nunca terei na vida, dois casais chegam até o quiosque da loja.
Subitamente, encarei-os [isso eu faço sempre, é normal] e uma cena bizarra sucedeu-se.
Um dos caras, ao avistar a tal lojinha, rapidamente soltou-se das mãos da namorada e correu pra uma das bancadas da loja com uma expressão de total admiração.
Postara-se de frente à um boneco de 60cm do Jason. É, esse mesmo da Sexta-Feira 13.
Os outros três que o acompanhavam pararam também e daí o cara que estava babando pelo Jason chamou o outro cara.
E, bizarramente, o outro cara soltou-se da moça e foi postar-se ao lado do outro, e ficaram os dois abobados observando e comentando sobre o tal novo boneco do Jason.
As duas moças, meio sem graça, ficaram ali, à uma certa distância da loja.
De fato riam e conversavam, de certo modo achando a atitude dos dois engraçada, mas creio que não tenham achado muito engraçado não. =P
Mais tarde, pelas lojas e lojas do shopping [sempre olhando apenas, claro] estive em uma loja de construções.
E tive uma resolução pra minha vida: Um dia quero ter uma jacuzzi em casa.
Fiquei abismado com aquelas banheiras gigantescas ali expostas pra serem vendidas...
Enfim, um dia quem sabe.
xP

28.5.09

Drinks In, Truths Out

Algo comprovadamente real.
Não é preciso ficar bêbado, nem causar em festa nenhuma.
O fato da presença do álcool, em quantidades simplesmente necessárias para se ficar "alegre" ou "alto" têm o grande poder de fazer as coisas obscuras, também chamadas de "verdades", desvelarem-se na realidade.
Esse sensível estado entre a sobriedade e um elevado estágio alcóolico faz surgir certas coisas na mente, que não surgiriam num estado normal e que te fazem pensar se você é a pessoa que está sendo.
Vai saber, cada coisa que penso nesse tênue estado físico-mental...
O fato é que o subconsciente tende muito a dominar e os traços restantes da razão fazem qualquer esforço pra continuar no comando.
E o resultado depende de cada um.
Porém, pelo menos dentro da mente de cada um, o tal subconsciente parece ter mais forças nessas horas e a tal batalha entre o racional e emocional parece mais equiparada.
Enfim, pelo menos parece...

22.5.09

Pensamento

"Tudo bem que tudo vai mal.
É normal sentir a raiva explodir em silêncio. Ou em estardalhaço.
Sentir a raiva, enfim.

Não leve isso tão à sério.
Não leve nada tão à sério.
As coisas um dia se ajustam, mas se não fazem sentido pra você agora, não insista.

A coisa é que: gostamos de ver tudo aos pedaços.
Adoramos ver o circo pegar fogo.
Gostamos de ser o centro de qualquer drama.

E o que podemos fazer?
É da "natureza humana". [pra usar do clichê]

Ninguém pode evitar,
e ninguém ao menos quer."

13.5.09

A Placa Do Meio Do Caminho

Quando os ares mudam
e a rotina não está mais presente,
até o vento tem um gosto aventureiro.
E quando os pés tocam chãos desconhecidos,
o olhar percorre tudo,
e rapidamente molda um novo olhar.

Quisera eu ter controle sobre isso,
quisera eu ter controle sobre qualquer coisa.
As linhas entram e saem das mãos,
mas nenhuma delas consigo segurar.
Pois o vento sopra, e muito,
e atrapalha o cabelo sobre o rosto,
ergue a poeira e te faz lacrimejar.

Quanto mais se anda,
mais se acha lugares pra se andar.
Em diferentes caminhos,
encontram-se diferentes rostos,
conhece-se diferentes pessoas,
mas as mesmas idéias,
e as mesmas tolas opiniões.

A vontade de andar sozinho,
a noite à cair, o vento a te animar,
apenas sua sombra a te irritar,
e nada.
Nada além do caminho à frente e atrás,
somente o desconhecido além da vista.

O horizonte cai e o luar se ergue,
o caminho se divide numa bifurcação.
Encontrei a placa do meio do caminho.
E isso é bom e ruim.

9.5.09

Lá E De Volta Outra Vez

Uma semana depois.
Depois de atravessar cinco estados e passar mais de 2 dias no bus, estou de volta ao blog.
hahaha
Viagem mais do que proveitosa, tirando alguns péssimos momentos aqui ou ali e que nem merecem ser relembrados!


De uma viagem que nem essa, não se traz somente fotos e souvenirs turísticos, mas também lições e experiências que às vezes até nos fazem repensar muito.

Uma situação extremamente fora do comum foi conversar com estrangeiros lá na Bahia.
Numa dessas vezes, um holandês cujo nome não me lembro, mas que se deixava chamar por Gerônimo [também não sei porquê] perguntou pra nós, o que pretendíamos fazer depois que acabássemos nossa faculdade.
Conversa à toa, fim de noite, ligeiramente ébrios.

O fato é que minha resposta foi a mais confusa possível e creio que ele não tenha entendido muita coisa.

No fim, acabei dizendo:
- Ah, não costumo pensar muito sobre o que fazer depois da faculdade não... Penso mais no presente, vivo mais o presente...
Ele não deu claros sinais de que tinha entendido e então continuei:
- Sou meio indeciso, entende? Perdido.
- Perdido?! - ele fez uma cara de totalmente alheio da conversa.

- É. - confirmei - 'Lost, get it'?
Ele riu e confirmou que tinha entendido.

Realmente, nunca as coisas fizeram tanto sentido antes.
=P


Logo abaixo vai uma foto da Chapada Diamantina, um dos lugares por onde passamos.

29.4.09

On The Road Again

Amanhã, dia 30.
Mais uma viagem de campo. Destino: Bahia.

Daqui a uma semana eu volto e [talvez] fale alguma coisa sobre.
No momento, a única coisa que relembro sobre esse campo é que, ao mesmo tempo em que estarei aproveitando essa viagem muito boa no Nordeste, também estarei perdendo um evento simplesmente perfeito aqui no Sudeste. hehe [é claro que to falando de Oasis!]

Bom, não se pode ter tudo na vida né?
Como já me cansei de dizer: "Ao menos não vou perder The Verve, porque se fossem eles eu daria adeus à Bahia".
Sem hesitar.

24.4.09

As Coisas Que Deixamos Pra Trás

O tempo passa e a gente muda.
Os anos voam e a vida muda.

Tudo muda, e às vezes, a coisa mais preciosa que temos é a lembrança de algo que já passou por nós e que dificilmente retornará.
Ou você não tem a esperança de que isso retorne.

Mudanças podem ser visualizadas, metaforicamente, numa mudança de casa.
Nos últimos tempos, participei de várias dessas mudanças,
e em todas elas, o passado parece ressurgir em meio à ruptura do presente.
Fotografias, documentos, cartas e anotações de um presente vívido que agora se configura como um passado, muitas vezes distante.

Incrível como guardamos coisas.
Não apenas coisas físicas, mas também lembranças e idéias que já são só passado,
mas que continuam a nos assombrar. Ou a nos alegrar.
Mas não dá pra viver desse passado. E muito menos tentar mudá-lo.

O passado nos molda, não há dúvida.
Mas existe uma tênue linha que separa esse simples molde de uma obsessão, que apenas nos levará a lugar nenhum.
Como todo mundo diz: "o que passou, é passado". Realmente o é.
Mas é um passado, muitas vezes, ainda visível.

Existem coisas que largamos no passado, mesmo sem ter realmente finalizado
por preguiça ou medo do que aquilo poderia se tornar.
Nada fica pra trás por simplesmente esquecermos,
afinal, se esquecemos é porque não foram importantes o suficiente para nós.
As coisas que deixamos pra trás nos marcam, mas mesmo que desejássemos muito não deixá-las,
sabemos que iremos nos separar delas.
Querendo ou não. É uma questão de tempo, e às vezes, nos esquecemos disso.

Bom, pra finalizar essa postagem, sem levar à lugar nenhum... hehe
Vou deixar algumas frases, que achei interessante, sobre o assunto...
xP


"O passado é lição para refletir, não para repetir." [Mário de Andrade]

"Saudade, é ter a certeza que o passado valeu a pena."

"Você está na trilha do sucesso quando pensar no passado sem remorso e pensar no futuro sem medo."

23.4.09

Resposta . . .


Bem mais que o tempo que nós perdemos
Ficou prá trás também o que nos juntou...

Ainda lembro que eu estava lendo
Só prá saber o que você achou
Dos versos que eu fiz,
Ainda espero
Resposta...

Desfaz o vento, o que há por dentro
Desse lugar que ninguém mais pisou...

Você está vendo o que está acontecendo
Nesse caderno sei que ainda estão...

Os versos seus
Tão meus que peço
Nos versos meus
Tão seus que esperem
Que os aceite...

Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante...

Bem mais que o tempo que nós perdemos
Ficou prá trás também o que nos juntou...

Ainda lembro que eu estava lendo
Só prá saber o que você achou...

Dos versos seus
Tão meus que peço
Dos versos meus
Tão seus que esperem
Que os aceite...

Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante...

Prefiro continuar distante...
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